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    Dez anos depois, MP desenterra caso Furnas

    Após dez anos das primeiras denúncias dando conta de um esquema de corrupção e desvios em Furnas, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) remeteu ao procurador-greal da Repúbica, Rodrigo Janot, os inquéritos da investigação sobre o caso já que "os fatos constitutivos do objeto envolvem parlamentares detentores de foro por prerrogativa de função"; dentre os nomes citados  está o do senador Aécio Neves (PSDB), um dos fiadores do golpe contra Dilma Rousseff; Aécio também foi citado em várias delações premiadas

    Rodrigo Janot e Aécio Neves (Foto: Paulo Emílio)
    Paulo Emílio avatar
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    247 - Após dez anos do surgimento das primeiras denúncias dando conta de um esquema de corrupção e desvios em Furnas, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) remeteu à Procuradoria-Geral da República (PGR) os inquéritos da investigação sobre o caso. Segundo o MPF-RJ, o fato foi encaminhado à PGR após serem identificados que "os fatos constitutivos do objeto envolvem parlamentares detentores de foro por prerrogativa de função". 

    A decisão de encaminhar o inquérito sobre o caso foi tomada pelo promotor da 24ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, Rubem Viana. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a documentação foi encaminhada em setembro deste ano e estão sob sigilo judicial. O material foi recebido pela PGR na ultima sexta-feira (2).

    As investigações sobre corrupção em Furnas foram iniciadas em 2005, quando a Polícia Federal abriu inquérito para apurar uma série de denúncias feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson por ocasião da CPI dos Correios. Na ocasião, Jefferson informou aos investigadores sobre a existência do esquema na estatal energética de Furnas. Um dos investigados, o lobista Nilton Monteiro, apresentou uma lista com o nome de 156 políticos que teriam sido beneficiados com propinas originárias do esquema no que ficou conhecido como a "lista de Furnas".

    Apesar disso as investigações não avançaram. Em 2012, o MPF-RJ denunciou 11 pessoas sob a acusação de envolvimento em irregularidades em dois contratos de termelétricas. O caso foi remetido para a Polícia Civil e somente em março deste exercício o inquérito foi concluído e em setembro a Justiça Estadual arquivou o processo. Já a parte que envolve políticos e parlamentares foi encaminhada à PGR.

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