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    Dilma afirma que falas de Guedes são reflexo da "insensibilidade da elite que tem origem na escravidão"

    "A insensibilidade da elite tem origem na escravidão, a elite jamais respeitou o povo. É isso que se vê nas falas do Guedes", disse a ex-presidente em entrevista à TVT

    Dilma Rousseff e Paulo Guedes (Foto: Lula Marques | Marcos Corrêa/PR)

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    247 - A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que as falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, são um reflexo da “insensibilidade” da elite econômica brasileira. "A insensibilidade da elite tem origem na escravidão, a elite jamais respeitou o povo. É isso que se vê nas falas do Guedes", disse ela durante participação no programa Entre Vistas, exibido pela TVT nesta quinta-feira (7). 

    Na entrevista, Dilma destacou que o golpe de 2016, que resultou no seu afastamento da Presidência da República, foi fruto  de uma "conspiração com objetivo claro" de implantar no Brasil um regime neoliberal, "que vem sendo imposto ao mundo pela hegemonia dos Estados Unidos e, aqui, é refletido em nossas elites internacionalizadas”. 

    Ainda segundo ela, Guedes e Jair Bolsonaro "não estão nem aí” para resolver os problemas econômicos do país ou para o combate à fome ou para a geração de empregos. “Temos hoje dados de órgãos que mostram que quase 112 milhões de brasileiros, crianças e adultos, passam alguma forma de carência e insegurança alimentar", assegurou. Nesta linha, a ex-presidente destacou que o ministro mantém contas em um paraíso fiscal a despeito dos problemas nacionais. "Guedes é um homem do mercado financeiro e não é por nada que tem seu dinheiro bem guardadinho nas Ilhas Virgens", disse. 

    "No Brasil se discute para o que é o paraíso fiscal, não é só para crime e corrupção, ele foi criado para esconder recursos ligados ao fisco nacional", avaliou. O ministro foi convocado a prestar esclarecimentos sobre isso na Câmara dos Deputados e opositores alegam que há um suposto conflito de interesses.

    Ela também criticou o governo Bolsonaro no tocante à condução das políticas públicas para resolver a crise hídrica e o consequente risco de um apagão. “Hoje o Brasil tem muito mais condições de enfrentar a situação, porque ampliamos hidrelétricas e termelétricas, fizemos gasodutos. A Eletrobras e Petrobrás foram essenciais para enfrentar a crise de apagão. Mas estamos catastróficos na área da gestão. Ignoraram todos os sinais de que haveria problema de seca no Brasil, nunca tomaram as providências que deveriam, só de forma atrasada”, disse Dilma traçando um paralelo com a crise de 2001. 

    "Estatais são as armas de reconstrução do país para estancar a sangria da perda de pedaço da soberania", completou.

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