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    Dilma: governo Bolsonaro é de cunho neofascista (VÍDEO)

    A ex-presidente Dilma Rousseff diz em entrevista ao El País que o governo Bolsonaro é de cunho neofascista e sua cúpula deseja promover uma ruptura institucional, o que em sua opinião seria mais grave do que a ditadura militar. Ela considera que Lula não quer ser candidato em 2022 e cita Flávio Dino como um dos possíveis candidatos do "mesmo campo"

    Dilma Rousseff (Foto: Charles Platiau/Reuters)
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    247 - A ex-presidente Dilma Rousseff, afastada por um golpe de Estado em 2016, classifica como "de cunho neofascista" o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro e adverte para a inclinação de promover uma ruptura institucional, algo que criaria uma situação mais grave  do que a ditadura militar. 

    Crítica da interferência dos militares na vida política, ela constata que as Forças Armadas funcionam como o substituto de um partido para sustentar Bolsonaro. 

    Ela vê na aproximação do Planalto com as milícias uma contradição para as Forças Armadas. .

    Para a ex-presidente, os aspectos mais preocupantes da atual conjuntura política são dois. O primeiro é o apoio que o governo ainda tem em setores da elite financeira, das Forças Armadas e das polícias. O segundo é a natureza da ruptura que ela acredita estar em curso com Bolsonaro, que não se dará como num golpe clássico dos anos 60 e 70. A estratégia, ela analisa, é radicalizar e, a depender da reação, recuar —embora nunca totalmente—, acumulando um saldo corrosivo para a democracia. “Se compararmos a democracia a uma árvore, a ditadura militar vai lá e corta a árvore. Nos novos golpes que começam a ocorrer —sou um deles, com um impeachment sem crime de responsabilidade—, é como se a árvore fosse invadida por fungos e parasitas, que corroem por dentro as instituições”, disse.

    Dilma analisa que o processo de sua destituição e a Operação Lava Jato foram parte de uma engrenagem que levou Bolsonaro ao poder. 

    Dilma frisa que não integraria uma frente anti-Bolsonaro com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, por ser diretamente responsável, figura central na chegada do Bolsonaro. 

    A principal crítica da ex-presidente ao manifesto do grupo "Juntos",que reuniu apoiadores de seu impeachment, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é programática: “Juntos para quê?”, provoca. “Historicamente, assinar manifesto não constitui frente. Constitui frente um projeto mínimo. Não posso estar junto para nada. Tem que estar junto para tirar o Bolsonaro e colocar algo no lugar. A frente tem que ter um programinha mínimo. No Brasil, só tem um jeito de salvar a democracia: é tirar o Bolsonaro”, disse. 

    Dilma vê com apreensão a crise sanitária e econômica. Ela não descarta “catástrofe” ou “caos social” caso o governo não estenda por mais tempo o auxílio emergencial aos mais pobres e informais. A petista também vê com desconfiança, e não como uma etapa para uma futura renda mínima, a proposta anunciada por Paulo Guedes para modificar o Bolsa Família e outros programas sociais —reconhece que “teria sido melhor” se o PT tivesse transformado o programa de transferência de renda em lei: “O que o Paulo Guedes quer é fazer economia nas costas dos mais pobres”, critica.

    Sobre o cenário eleitoral, a ex-presidente vê um ambiente volátil. O que está acontecendo no EUA, que foi detonado pela morte absurda de George Floyd, é essa explosão de raça e contra a desigualdade. Ela pode surgir no Brasil. Nós não sabemos como é que as pessoas vão viver sua situação de violência, de desigualdade e de racismo e de doença. Isso vai influenciar as eleições municipais”, analisa. E sobre 2022? Para ela, ainda é cedo para traçar rumos, embora trace uma linha que pode ser definidora: afirma que seu mentor Lula, que segue inabilitado legalmente de concorrer à presidência por causa da condenação por corrupção, não deseja entrar na disputa. Quem, então? Ela cita outros nomes “do mesmo campo”, como o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), mas não Ciro Gomes (PDT). 

    Leia a íntegra e assista  



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