Diplomatas confirmam valor "inusual" do presente saudita dado a Bolsonaro e reforçam suspeita de propina
Acredita-se que os itens de luxo podem ter sido pagamento de propina a Jair Bolsonaro pela venda de uma refinaria abaixo do valor de mercado
247 - As joias apreendidas pela Receita Federal e as que entraram indevidamente para o acervo pessoal de Jair Bolsonaro (PL) - itens dados pela monarquia da Arábia Saudita - têm valores 'incomuns' para presentes ofertados em ambiente diplomático, disseram embaixadores ao jornal O Globo.
As joias retidas pela Receita, que valem R$ 16,5 milhões, e o outro estojo de itens de luxo foram dados supostamente como "presentes" ao casal Bolsonaro. Diplomatas, no entanto, contam que um "souvenir" ofertado pelos sauditas geralmente se limita a uma caneta, uma abotoadura ou um rosário. O valor dos itens não costuma ultrapassar a cifra de R$ 2 mil e mesmo assim não são aceitos por funcionários do governo brasileiro.
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"Um embaixador com larga experiência comentou que, em mais de 50 anos de carreira, nunca viu algo parecido. Ressaltou ainda que, normalmente, em encontro entre chefes de Estado, há trocas de presentes. É comum, por exemplo, um presidente dar a outro mandatário um quadro pintado por um artista de seu país, que acaba incorporado ao patrimônio da União", conta a reportagem.
Presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado, o senador Omar Aziz (PSD-AM) anunciou uma investigação sobre a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o Mubadala Capital, um fundo dos Emirados Árabes Unidos. A suspeita é de que as joias dadas a Bolsonaro tenham sido pagamento de propina pela venda da refinaria abaixo do valor de mercado. A Arábia Saudita seria detentora de parte dos recursos injetados no Mubadala Capital. A investigação anunciada por Aziz tem potencial para anular a privatização da refinaria.
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