Diretor de ONG sugeriu incluir pautas identitárias na minuta da Fundação Lava Jato para "blindar críticas"
Segundo a Vaza Jato, o Diretor da Transparência Internacional, Bruno Brandão auxiliou Deltan Dallagnol na composição da minuta da Fundação Lava Jato e sugeriu que o texto incorporasse temas de interesse das minorias: "vocês dariam uma sinalização de que estão sintonizados nas temáticas da sociedade civil"
247 - Em novo capítulo da Vaza Jato, publicado nesta segunda-feira (14) pela Agência Pública em parceria com o site The Intercept, a reportagem mostra diálogos entre o Diretor da Transparência Internacional, Bruno Brandão, e o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol.
Nas conversas, Dallagnol pede a ajuda de Brandão para compor a minuta da Fundação Lava Jato, que estaria vinculada a Petrobras e receberia R$ 2,5 bilhões para investir em projetos, iniciativas e entidades com atuação na prevenção e combate à corrupção, o que foi considerado ilegal pelo STF.
Brandão sugeriu a Dallagnol que fossem incorporadas pautas identitárias na minuta para ajudar a "blindar" a fundação de críticas de "certos grupos".
"Do ponto de vista da sociedade civil, são princípios bastante valorizados. Hoje em dia não existe uma fundação séria e agências de fomento (cooperação internacional) que não inclua estas questões de gênero e outras de diversidade como aspectos transversais aos projetos. Todo application que fazemos hoje para conseguir financiamento vem com algum tipo de pergunta sobre como pretendemos trabalhar essas questões no âmbito da proposta de projeto. Eu acho que vocês dariam uma sinalização de que estão sintonizados nas temáticas da sociedade civil (o que ajudaria inclusive a blindar críticas de certos grupos). Eu sugiro dar uma suavizada no texto, para ficar menos impositivo e não travar, mas acho que valeria manter a menção a estes princípios", escreveu Brandão a Dallagnol.
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