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    "Ditadura militar tinha fichas no mesmo formato", diz professor citado em dossiê antifascista

    Ex-secretário de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro afirma que, "numa democracia como a que vivemos, uma investigação tendo alvos precisos como essa é algo totalmente inaceitável. De uma certa maneira seria recuarmos às práticas da ditadura militar"

    (Foto: Brasil247)

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    247 - O professor aposentado da USP e ex-secretário de Direitos Humanos Paulo Sérgio Pinheiro, de 76 anos, se disse "absolutamente perplexo" com a informação de que teve o seu nome incluso num dossiê feito pelo Ministério da Justiça em junho sobre o movimento antifascismo entre servidores.

    Em entrevista ao colunista Rubens Valente, do UOL, ele pediu uma ampla investigação, tanto no Ministério Público quanto no Congresso Nacional, sobre a origem e as circunstâncias do levantamento.

    "Numa democracia como a que vivemos, uma investigação tendo alvos precisos como essa é algo totalmente inaceitável. De uma certa maneira seria recuarmos às práticas da ditadura militar. Os governos da ditadura militar também tinham fichas pessoais no mesmo formato", disse o professor.

    Doutor em ciência política pela Universidade de Paris, na França, Pinheiro foi conselheiro e presidente da CNV (Comissão Nacional da Verdade), que investigou crimes cometidos contra os direitos humanos durante a ditadura, foi secretário nacional dos direitos humanos durante o governo Fernando Henrique Cardoso e desde 2011 é o presidente da comissão independente internacional da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a República Árabe da Síria, com sede em Genebra, nomeado pelo conselho de direitos humanos da ONU. Ele também é membro Comissão de Defesa dos Direitos Humanos 'Dom Paulo Evaristo Arns', criada no ano passado.

    "Mais de 30 depois do final da ditadura, agora temos o Executivo voltando a essas práticas totalmente ilegais e inócuas. Abusivas. Acho totalmente ilegal e totalmente inútil. As coisas que eu falo, que eu escrevo, são públicas. O contribuinte brasileiro está pagando esses funcionários para fazer uma prática ilegal e absolutamente inútil. Qual o interesse do governo em ter esses dossiês? Estou absolutamente perplexo", disse Pinheiro.

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