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    Dono do Coco Bambu apresenta fotos e passaporte para negar participação em reunião golpista delatada por Mauro Cid

    Afrânio Barreira foi citado pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro como um dos empresários que incentivaram o então mandatário a dar um golpe de Estado

    Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu) e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação/Coco Bambu | ABR)

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    247 - O empresário cearense Afrânio Barreira, proprietário da rede de restaurantes Coco Bambu, negou participação na reunião golpista de Jair Bolsonaro (PL), conforme mencionado em um áudio atribuído ao tenente-coronel Mauro Cid. Segundo o jornal O Povo, Barreira apresentou documentos que, segundo ele, comprovam sua ausência no Brasil durante o período em questão. 

    Entre os documentos estão fotos do passaporte que evidenciam sua permanência em Londres, juntamente com sua família, no mesmo intervalo de tempo em que a reunião teria ocorrido. Além disso, o empresário destacou comprovantes de hospedagem e registros de entrada e saída no passaporte, reforçando a impossibilidade de sua presença no suposto encontro em Brasília. 

    Ainda conforme a reportagem, o empresário explicou que passou quase oito meses no exterior, de agosto de 2022 a abril de 2023, o que comprovaria que ele não participou da reunião golpista, que teria acontecido em novembro de 2022, em Brasília.

    "Está muito claro que não participei de nenhuma reunião. Somado a isso, eu nunca estive, falei, conversei nem por telefone, não sabia que existia, nunca fui apresentado ao senhor Mauro Cid. Eu vim conhecer quando saiu minha foto e a foto dele no jornal”, disse Barreira. O empresário disse, ainda, que irá guardar em comunicado da Polícia Federal para apresentar os documentos. Barreira também destacou que sua única interação com Bolsonaro ocorreu em 2020, durante um almoço no qual a empresa foi convidada para organizar um jantar.

    A delação de Mauro Cid e os arquivos encontrados em seus dispositivos, como celulares e computadores, têm sido utilizados pela Polícia Federal como evidências nas investigações contra Bolsonaro e seus aliados. Além de Barreira, os empresários Luciano Hang, das lojas Havan, e Meyer Nigri, da Tecnisa, também foram citados por Mauro Cid

    Barreira, porém, expressou ceticismo em relação ao áudio em que é citado pelo militar, sugerindo que o conteúdo pode não ser autêntico, pois não reconhece o tenente-coronel e nunca teria participado de uma reunião com ele. "Acho que esse áudio nem deve ser dele, porque não pode ele ter dito algo que não seja verdade. Acho que esse áudio não deve ser dele, porque não o conheço, não tive reunião", disse. 

    “Com muita humildade, apelo que larguem disso, eu não tenho poder político nenhum, não participei de nada e não partidário de nada, não tenho grupo de nada, nem nunca fui em reunião política. Meu pecado foi ter ido nesse almoço lá no Palácio à convite da assessoria do ex-presidente. Coisa que jamais faria novamente com qualquer que seja. Me deixem trabalhar", ressaltou. 

    Em 2022, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a Polícia Federal realizou mandados de busca e apreensão nos endereços de oito empresários, incluindo Barreira, no contexto de uma investigação sobre mensagens de teor golpista compartilhadas em um grupo de WhatsApp. Na época, o empresário afirmou não apoiar medidas antidemocráticas.

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