É preciso o 'coro dos lúcidos' contra 'desgovernos e politização abomináveis', diz presidente da CNBB
Para o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, "a gravidade da pandemia foi subestimada" e é preciso "um consistente programa de vacinação, exigindo superação de desgovernos e politização abomináveis. O momento exige o coro dos lúcidos”
247 - O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, disse que o momento atual decorrente da pandemia da Covid-19 precisa do “coro dos lúcidos" para enfrentar “desgovernos e politização abomináveis".
Para o religioso, “a gravidade [da pandemia] foi subestimada, e medidas adotadas pelas instâncias governamentais ignoraram as preciosas contribuições do campo científico”. “Esse descompasso repercutiu na população, contribuindo para que muitos não cumprissem as medidas de prevenção”, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Ainda segundo dom Walmor, “sem generalizado senso de corresponsabilidade, o país sofreu com explosões de casos e aumento da pobreza, pois o descontrole da pandemia agrava suas consequências na economia. Considera-se a necessidade de um consistente programa de vacinação, exigindo superação de desgovernos e politização abomináveis. O momento exige o coro dos lúcidos”.
Ele também disse que o governo dialogou pouco com a Igreja. “Poderia ter ocorrido mais diálogo, pois a Igreja tem muito a contribuir. Uma contribuição que é alicerçada no Evangelho de Jesus Cristo, sem partidarismos, sem defesa de interesses mesquinhos. A Igreja, insistentemente, defende que é preciso cuidar dos mais pobres. Trata-se do ponto de partida para todo governo que deseja ser bem sucedido na missão de ajudar na construção de uma sociedade mais justa”, afirmou.
O presidente da CNBB também observou que o resultado das eleições deste ano “sinaliza para um enfraquecimento das polarizações que muito atrapalham a democracia, pois criam um clima fratricida, com apegos a ideologias. Só o tempo dirá se, de fato, vamos iniciar novo ciclo na democracia brasileira, mas penso que o recado das urnas é que o povo não tolera extremismos, seja de que lado for”.
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