'Economista do Santander representa pensamento de uma elite econômica corrupta', diz Rodrigo Vianna
Jornalista criticou o relatório para clientes do Santander em que o economista Victor Candido defende golpe para evitar volta de Lula
247 - O jornalista Rodrigo Vianna, apresentador da TV 247, criticou nesta sexta-feira (13) o economista Victor Candido, que defendeu um golpe para evitar uma possível retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidente, em relatório para clientes do banco Santander.
Para Vianna, o pensamento antidemocrático do economista do Santander representa a 'elite corrupta" do País. "Ainda tem espinha no rosto o meninote que fez graça num "relatório" para clientes do @santander_br, especulando sobre a conveniência de novo Golpe contra Lula. Victor Candido: pensamento corrupto, de uma elite econômica corrupta", afirmou.
Em relatório a clientes e operadores do mercado financeiro, o economista Victor Candido afirma que “se o sistema político e judicial, se o establishment político brasileiro acha cômico o governo Bolsonaro, o retorno de Lula e seus aliados representa uma ameaça bem mais séria. Hoje, Lira é o presidente da Câmara, mas sob um governo do PT, seria um modesto aliado abrigado em um cargo menor”.
"Em suma, ninguém apoiará um golpe em favor de Bolsonaro, mas é possível especular sobre um golpe para evitar o retorno de Lula. Ele era inelegível até outro dia, por exemplo, pode voltar a sê-lo”, escreveu ele.
Veja a íntegra da nota do economista do Santander
“Brasília, 11 de agosto de 2021 – nº 10464
Sobre vários tipos de golpe
Um escritor alemão advertiu que a História, quando se repete, é como farsa e, ontem, o experimento do presidente Bolsonaro para repetir 1964 terminou como farsa, com seus blindados da Guerra do Vietnã e seus generais funcionários. Não há apoio social, nem apoio do establishment, nem radicalismo de esquerda para justificar uma aventura, que terminaria de forma melancólica com algumas prisões. Por fim, não há interesse do sistema político em um regime bolsonarista.
Dito isso, é preciso reconhecer um problema na eleição de 2022: a perspectiva de retorno ao poder da máquina de corrupção do governo Lula. Basta comparar os esquemas de corrupção do Mensalão e do Petrolão com as aventuras cômicas de reverendos e militares da reserva tentando uma comissão na compra de vacinas pelo governo Bolsonaro. Os recursos desviados pelas máquinas políticas dos governos passados ainda não apareceram. Ou seja, se o sistema político e judicial, se o establishment político brasileiro acha cômico o governo Bolsonaro, o retorno de Lula e seus aliados representa uma ameaça bem mais séria. Hoje, Lira é o presidente da Câmara, mas sob um governo do PT, seria um modesto aliado abrigado em um cargo menor.
Em suma, ninguém apoiará um golpe em favor de Bolsonaro, mas é possível especular sobre um golpe para evitar o retorno de Lula. Ele era inelegível até outro dia, por exemplo, pode voltar a sê-lo”.
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