Eduardo Bolsonaro chama Newton Cruz, que chefiou o SNI na ditadura e avalizou a explosão no Riocentro, de 'herói'
"Morreu o General Newton Cruz, um grande herói da resistência brasileira contra o comunismo em favor da liberdade", postou o parlamentar de extrema direita
247 - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) usou as redes sociais para chamar o general Newton Cruz, ex-chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) na ditadura militar e que faleceu na sexta-feira (15), de "herói nacional”.
O militar ficou conhecido por não ter impedido o atentado no Riocentro, quando uma bomba carregada por agentes da repressão, insatisfeitos com o processo de abertura política, explodiu no colo de um sargento do Exército. O objetivo do atentado era culpar a esquerda e, desta forma, justificar o endurecimento do regime.
“Morreu o General Newton Cruz, um grande herói da resistência brasileira contra o comunismo em favor da liberdade. Graças à ação dele e de inúmeros outros corajosos militares, nosso país seguiu livre em 1964. Obrigado pelos seus serviços, meus sentimentos à família. Brasil!”, postou o parlamentar no Twitter.
A explosão que matou o sargento Guilherme Pereira do Rosário e feriu o coronel Wilson Luiz Chaves Machado aconteceu na noite do dia 30 de abril de 1981, no Centro de Convenções, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, durante um evento em homenagem ao Dia do Trabalhador. O inquérito instaurado na época imputou o crime “a terroristas de esquerda”.
Em 2012, porém, uma nova investigação do Ministério Público Federal do Rio concluiu que Newton Cruz soube do atentado com pelo menos uma hora de antecedência e autorizou que o plano seguisse em frente. O militar Cruz foi acusado pelos crimes de homicídio tentado, formação de quadrilha ou bando, transporte de explosivos, fraude processual e favorecimento pessoal.
Newton Cruz também foi acusado de ter participado da morte do jornalista Alexandre von Baumgarten e sua esposa, executados em 1982. Ele enfrentou ações na Justiça pela morte de Baumgarten e pela participação na explosão do Riocentro, mas nunca foi condenado pelos crimes pelos quais foi acusado. Jair Bolsonaro (PL) enviou uma coroa de flores ao seu velório.
A postagem de Eduardo Bolsonaro foi feita em meio às repercussões da divulgação de áudios do Superior tribunal Militar (STM) que confirmam a prática de tortura durante a ditadura militar e fazem parte de um conjunto de 10 mil horas de gravações feitas durante os 10 anos em que as sessões da Corte foram gravadas, inclusive as secretas. As sessões ocorreram entre os anos de 1975 e 1985.
Confira a postagem de Eduardo Bolsonaro.
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