Em 2022, último ano do governo Bolsonaro, Brasil registrou maior número de estupros da história
Em 2021 foram 68.885 ocorrências e, em 2022, 74.930, um aumento de 8,2%. 61,4% das vítimas tinham no máximo 13 anos
247 - Em 2022, o Brasil testemunhou um dramático aumento no número de crimes sexuais, com destaque para estupros e estupros de vulneráveis, de acordo com o relatório anual de segurança. As estatísticas revelam uma preocupante realidade, com cerca de 6.244 casos registrados por mês, ou 205 casos por dia, embora esse número possa ser subnotificado, uma vez que muitas vítimas não denunciam. O relatório aponta que houve um crescimento de 8,2% em comparação com 2021, alcançando um total de 74.930 ocorrências em 2022, o maior registro histórico, segundo o G1.
"Das vítimas, 61,4% que tiveram ocorrência registrada tinham no máximo 13 anos. De acordo com os dados, a maior alta se deu justamente entre estupros de vulneráveis, com 8,6%. Em 2021, foram 52.057 casos registrados, e, em 2022 passou para 56.829", destaca a reportagem.
Especialistas atribuem esse aumento à vulnerabilidade das crianças, ampliada durante o período de fechamento das escolas devido ao isolamento social, que expôs muitas delas a abusos e maus-tratos dentro de casa.
O relatório destaca o estado do Amazonas como aquele que registrou o maior aumento de casos, um alarmante crescimento de 50,8%. Outros estados, como Roraima, Rio Grande do Norte, Acre e Pará, também enfrentaram altas expressivas. No entanto, é importante ressaltar que, embora esses números sejam extremamente preocupantes, especialistas acreditam que a divulgação de casos de abuso, incluindo aqueles envolvendo figuras públicas, tem encorajado mais vítimas a denunciar, o que pode estar contribuindo para o aumento nos registros.
Um dado particularmente assustador é que, em 64,4% dos casos em que a vítima tinha até 13 anos, o agressor era um familiar. Essa violência intrafamiliar acontece, muitas vezes, em momentos em que a mãe ou responsáveis saem para trabalhar, deixando a criança vulnerável à ação do agressor. Com a reabertura das escolas, houve um aumento significativo nas denúncias, o que pode indicar uma demanda reprimida de casos que já vinham ocorrendo desde 2020, quando as crianças foram confinadas em suas casas.
Ainda conforme a reportagem, além dos crimes sexuais, o relatório também aponta um aumento de 6,1% nos casos de feminicídios e de 16,9% nas tentativas de feminicídio entre 2021 e 2022. A violência doméstica também apresentou um aumento significativo, saltando de 237.659 casos em 2021 para 245.713 em 2022, com destaque para o estado do Amazonas que teve uma taxa de aumento de 92%.
O crime de "stalking" (perseguição obsessiva), que foi criminalizado há dois anos, também registrou um aumento alarmante de 75% entre 2021 e 2022, chegando a 53.918 casos no Brasil. Os estados mais afetados foram São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Enquanto os casos de violência sexual, feminicídios e stalking aumentaram, o relatório trouxe uma notícia encorajadora: houve uma redução de 2,4% nos registros de mortes violentas intencionais em 2022 em comparação com o ano anterior.
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