Em documento à CPI, ex-médicos da Prevent Senior dizem que pacientes foram tratados com cloroquina sem saber
A utilização dos medicamentos ocorreu num estudo que pretendia comprovar a eficácia do kit covid, e que chegou a ser citado por Jair Bolsonaro como prova da sua falsa tese de que as pessoas não precisavam fazer quarentena ou usar máscara porque a combinação de cloroquina e azitromicina cura a doença
247 - Documento assinado por 15 médicos que afirmam ter trabalhado na Rede Prevent Senior e encaminhado à CPI da Covid no Senado afirma que o hospital utilizou o chamado kit covid (hidroxicloroquina e azitromicina) em pacientes sem informá-los do tratamento experimental, o que é ilegal.
A utilização dos medicamentos ocorreu num estudo que pretendia comprovar a eficácia do kit covid, e que chegou a ser citado por Jair Bolsonaro como prova da sua falsa tese de que as pessoas não precisavam fazer quarentena ou usar máscara porque a combinação de cloroquina e azitromicina cura a doença.
Segundo os profissionais, nove pacientes vieram a óbito, mas o estudo divulgado relata que foram apenas dois casos. O dossiê apresentado aos senadores alerta que o estudo foi feito com mais de 700 pacientes – e não os 200 declarados no projeto inicial. Informa ainda que a média de idade das pessoas que foram submetidas à pesquisa é superior a 60 anos, o que sugere a inclusão de grande número de pessoas idosas “e, portanto, grupo considerado de maior risco da covid-19”.
Segundo a GloboNews, os médicos anexam uma série de mensagens de WhatsApp no documento apresentado à CPI da Covid. Uma delas é do diretor da Prevent, Fernando Oikawa. “Iremos iniciar o protocolo de HIDROXICLOROQUINA + AZITROMICINA. Por favor, NÃO INFORMAR O PACIENTE ou FAMILIAR, (sic) sobre a medicação e nem sobre o programa”, orientou o executivo no grupo de médicos, segundo revelou a GloboNews.
Médicos da Prevent Senior tinham meta para receitar kit Covid
A jornalista Chloé Pinheiro, da Veja, informou, no Twitter, que médicos da rede Prevent Senior, alvo da CPI da Covid no Senado, tinham meta para receitar kit Covid. “A história da Prevent Senior é muito escabrosa, nível Mengele mesmo”, escreveu na rede social, nesta quinta-feira, 16.
A jornalista informa que conversou com um dos médicos demitidos pela empresa, que teria contado “para além das mortes no ‘estudo’ da cloroquina”, em que o plano de saúde Prevent Senior ocultou mortes de participantes de um estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina, associada à azitromicina, com o objetivo de tratar a Covid-19.
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