Em um mês de quarentena, casos de depressão e ansiedade dobraram no país, diz pesquisa
“Enquanto no primeiro estudo a prevalência girava em torno de 4% a 5% para sintomas de depressão e ansiedade, no segundo estudo cresceu para algo de 7% a 8%”, disse o psicólogo Alberto Filgueiras, da Uerj, um dos responsáveis pela pesquisa
247 - Uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) realizada com 1.460 pessoas aponta para um aumento significativo de casos de depressão e ansiedade da população em apenas um mês de quarentena devido à pandemia do novo coronavírus. “Enquanto no primeiro estudo a prevalência girava em torno de 4% a 5% para sintomas de depressão e ansiedade, no segundo estudo cresceu para algo de 7% a 8%”, disse o psicólogo Alberto Filgueiras, um dos responsáveis pela pesquisa, ao jornal O Globo.
Apesar do estudo não ter o objetivo direto de medir a incidência de depressão e ansiedade na população, o fato dos casos terem dobrado desde o primeiro levantamento – feito no início da quarentena – o dado é considerado preocupante. Segundo a pesquisa, que tem como coautor, Matthew Stults-Kolehmainen, os grupos mais suscetíveis a este tipo de problema psicológico são as pessoas que convivem com idosos durante a quarentena, os portadores de doenças pré-existentes e comorbidades que são apontadas coo fatores de risco para a Covid-19 e os trabalhadores dos chamados serviços essenciais, que não podem permanecer em isolamento social.
“O que as evidências do nosso estudo sugerem é que essas pessoas precisam de um cuidado urgente, para ontem. Não adianta esperar a quarentena passar para depois tentar apagar o fogo”, ressaltou Filgueiras na entrevista.
Uma outra pesquisa, feita com 638 pacientes, pelo psicólogo da Universidade de Adelaide, na Austrália, Stephen Zhang, sobre a incidência de problemas psicológicos em diversos países, incluindo China, Irã e Brasil, aponta que no Brasil, 52% dos adultos registraram estresse leve ou moderado e outros 18% registraram estresse severo. "O índice de estresse ligado ao trauma da Covid-19 no Brasil é pior do que o da China e o do Irã", disse o pesquisador, segundo a reportagem.
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