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Embaixada chinesa no Brasil rebate a general Laura Richardson

A comandante norte-americana fez 'comentários improcedentes' e 'obedecem a uma lógica hegemonista', afirmou a diplomacia da China

General Laura Richardson (Foto: Reprodução)

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247 - A Embaixada chinesa no Brasil rebateu a general estadunidense Laura Richardson após a comandante das Forças Navais do Comando Sul dos Estados Unidos sugerir que os países da América Latina não estariam se beneficiando das relações comerciais com a China.

"Em recente entrevista concedida à imprensa brasileira, a chefe do Comando Sul dos Estados Unidos teceu comentários improcedentes acerca da China e das relações sino-brasileiras", afirmou a embaixada do país asiático no Brasil.

"Manifestamos nossa firme objeção a tais declarações que: Desconsideram fatos fundamentais. Obedecem a uma lógica hegemonista. Intentam prejudicar a amizade e a cooperação com o Brasil. Carecem do mínimo respeito que se deve à China e ao Brasil enquanto países soberanos".

Agressões

Na avaliação da general, os países da América Latina "estão alimentando e abastecendo o mundo, mas não estão se beneficiando disso". "E há outros países que estão tirando proveito deles. Como podemos ajudar essa região a perceber os benefícios de alimentar e abastecer o mundo?. Quando olhamos para a soja, o milho, o açúcar, que já alimentam o mundo, o petróleo bruto pesado, o petróleo bruto leve, as terras raras, o lítio, a Amazônia. Ninguém mais tem isso", afirmou em entrevista ao jornal Valor Econômico.

A norte-americana fez críticas à Iniciativa do Cinturão e Rota durante a visita do presidente Xi Jinping ao Brasil no final do ano. "Parece muito boa na parte inicial, mas há muitas letras miúdas. E é preciso ler essas letras miúdas para ver todas as condições e como a soberania é retirada ao longo do tempo se os empréstimos não forem pagos, e coisas desse tipo", disse na entrevista.

A comandante também fez comparações entre os investimentos dos EUA na região em relação à iniciativa chinesa. "O que a qualidade e o investimento dos EUA trazem? Transparência, medidas anticorrupção, padrões ambientais, padrões trabalhistas, diversificação da força de trabalho, funcionários dos países com cargos mais altos. Enquanto que a Belt and Road Iniciative traz seus próprios trabalhadores e não investe na comunidade."

Leia a íntegra da nota emitida pela embaixada chinesa: 

Em recente entrevista concedida à imprensa brasileira, a general Laura Richardson, chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, teceu comentários improcedentes acerca da China e das relações sino-brasileiras. Tais alegações equivocadas por parte dos EUA desconsideram fatos fundamentais, adotam uma mentalidade típica da Guerra Fria e obedecem a uma lógica hegemonista. Elas intentam distorcer a percepção da opinião pública, desmoralizar a imagem da China e prejudicar a amizade e a cooperação com o Brasil, e constituem, assim, completas mentiras políticas. Suas palavras que buscam abertamente coagir outros estados a tomar partido, carecem do mínimo respeito que se deve à China e ao Brasil enquanto países soberanos, o que expõe, uma vez mais, a postura arrogante e prepotente dos EUA e a falta de confiança deles. Manifestamos o nosso veemente repúdio e firme objeção a tais declarações.

A China e o Brasil são, respectivamente, o maior país em desenvolvimento e a mais relevante economia emergente nos hemisférios oriental e ocidental. A amizade entre os povos dos dois países é longeva e arraigada. Nos 50 anos transcorridos desde o estabelecimento das relações diplomáticas, a confiança estratégica mútua entre os dois países se aprofundou continuamente, e a cooperação nas diversas áreas foi profícua, o que fomentou o desenvolvimento e a prosperidade de ambas as partes e promoveu o bem-estar dos chineses e brasileiros. Isso se tornou um caso exemplar de desenvolvimento conjunto entre grandes países em desenvolvimento. As relações sino-brasileiras já transcendem o âmbito bilateral e ganham uma influência estratégica e global. A China tem sido, por vários anos consecutivos, o maior parceiro comercial do Brasil, a maior fonte de superávit comercial e um dos países que mais investem em solo brasileiro. Os fatos comprovam que a cooperação sino-brasileira é uma escolha autônoma e voluntária de ambas as partes, que se pauta pela ajuda mútua na busca do sucesso, não visa terceiros e não deve ser afetada por eles.

A construção conjunta da Iniciativa “Cinturão e Rota” é uma medida importante da China para aprofundar sua abertura ao mundo, bem como uma plataforma de cooperação internacional que se volta a promover o desenvolvimento inclusivo e universalmente benéfico da globalização econômica. Ela atraiu a participação de mais de três quartos das nações do planeta, impulsionou investimentos da ordem de um trilhão de dólares, viabilizou mais de 3.000 projetos de cooperação e gerou 420.000 postos de trabalho para os países participantes, o que fomentou de forma concreta o desenvolvimento econômico local e a melhoria do bem-estar das populações. Os fatos atestam que a Iniciativa “Cinturão e Rota” preconiza consultas extensivas, contribuições conjuntas e benefícios compartilhados, em vez de buscar a supremacia; promove a interconectividade, em vez de criar divisões e dissociações; incentiva a cooperação e os benefícios mútuos, em vez de confronto e antagonismo. Trata-se de um relevante bem público que auxilia os países em desenvolvimento a se libertarem da “armadilha da dívida” e da “armadilha da pobreza”.

A democracia é histórica, concreta e está em constante evolução. A democracia de cada país está enraizada em suas próprias tradições históricas e culturais, e se desenvolve a partir da exploração prática e da sabedoria criativa de seu povo. A China vem aprimorando continuamente uma democracia popular de processo integral, promove a garantia do Estado de Direito para os direitos humanos e zela pela equidade e pela justiça social. O senso de ganho, felicidade e segurança do povo chinês atingiu níveis sem precedentes. Em contraste, os EUA se autoproclamam paladinos da democracia, mas ostentam um histórico sujo tanto no passado quanto no presente. Na América Latina, os EUA se valeram da “democracia” e dos “direitos humanos” como pretexto para agredir, sancionar e interferir nos países da região, trouxeram caos e tragédias para muitas nações e infligiram grande sofrimento aos povos locais. Os exemplos são incontáveis. No cenário internacional, os EUA, ao desconsiderar as falhas estruturais de seu próprio sistema democrático e as deficiências em suas práticas democráticas domésticas, definem “padrões democráticos” de acordo com seu próprio modelo, fabricam falsas narrativas de “democracia versus autoritarismo” e advogam a tal “aliança de nações democráticas”, que na sua essência, visa formar camarilhas e criar divisões. Usam valores ideológicos como instrumentos para suprimir outras nações e defender a própria hegemonia. Isso não é um triunfo para a democracia, mas sim um desastre.

No mundo atual, desafios globais surgem um depois do outro. O que o mundo necessita não é do unilateralismo condescendente nem do hegemonismo que fomenta confrontos, mas sim de solidariedade e cooperação a fim de equacionar os problemas reais enfrentados pela comunidade internacional. A China está disposta a aproveitar o 50º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas com o Brasil como ensejo para estreitar os intercâmbios de alto nível, reforçar a cooperação mutuamente vantajosa e inaugurar os próximos “50 anos dourados” das relações entre os dois países. Isso proporcionará uma vida ainda melhor para chineses e brasileiros, e agregará mais energia positiva para a paz e o desenvolvimento do mundo.

 

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