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Empresários, como Meyer Nigri, repassaram mensagens de Bolsonaro com ataques às urnas, ao STF e até propostas de guerra civil

Meyer Nigri, dono da Tecnisa e personagem central no evento de Juiz de Fora, era um dos mais ativos

Meyer Nigri (Foto: Reprodução/YouTube/InfoMoney)

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247 – Mensagens obtidas pela coluna do jornalista Guilherme Amado e publicadas no site Metrópoles revelam que empresários investigados pela Polícia Federal (PF) por difundirem conteúdos antidemocráticos e notícias falsas compartilharam mensagens com ataques ao ministro Alexandre de Moraes e ao sistema democrático, todas com a assinatura de Jair Bolsonaro. Os textos polêmicos foram compartilhados no grupo "Empresários & Política" por figuras proeminentes como Meyer Nigri e Luciano Hang, ambos sob investigação da PF, bem como Nelson Piquet e Emilio Dalçoquio, que não estão sob inquérito.

As mensagens de Meyer Nigri, personagem central no evento de Juiz de Fora, ocorrido na campanha presidencial de 2018, insinuam, sem apresentar provas, que teria havido fraudes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022. De acordo com informações do inquérito da PF, o empresário atendeu a um pedido de Bolsonaro ao compartilhar um texto com ataques ao ministro Luís Roberto Barroso. Nesse texto, o então presidente pedia para que fosse "repassado ao máximo". Vale destacar que não foi apenas Nigri que praticou esse tipo de ação, diversos empresários no grupo encaminhavam mensagens que terminavam com a assinatura "Presidente Jair Bolsonaro". Embora não seja possível verificar a origem exata dessas mensagens, algumas delas de fato foram compartilhadas pelo presidente na época.

No dia 17 de maio, às 22h02, Meyer Nigri enviou um texto assinado por Bolsonaro que tratava de uma ação que o então presidente havia ajuizado contra Alexandre de Moraes por suposto abuso de autoridade. A nota afirmava: "Levando-se em conta seus sucessivos ataques à Democracia, desrespeito à Constituição e desprezo pelos direitos [de] garantias fundamentais". Esse comunicado já havia sido divulgado pelo então presidente anteriormente. O empresário Emilio Dalçoquio, presidente do conservador Instituto Lux e apontado pela Polícia Rodoviária Federal como líder de bloqueios ilegais de rodovias após a eleição, também encaminhou essa mensagem ao grupo, com a mesma assinatura.

Em junho, Bolsonaro enviou, em sua lista de transmissão, um vídeo intitulado "Você está pronto para a guerra? Em poucos minutos entenda o perigo em que se encontra o nosso Brasil. Peço assistir e repassar". Essa mensagem foi compartilhada no grupo de empresários por Nigri, Luciano Hang, dono das lojas Havan, e o ex-piloto Nelson Piquet, dono da Autotrac, que trabalha com dados de comunicação. O vídeo consiste em um discurso de Bolsonaro, realizado em uma cerimônia pública, onde o então presidente falava sobre a tentativa de desarmar a população.

No dia 11 de junho, às 11h33, Nigri enviou um arquivo de mídia ao grupo. Quando questionado sobre a autoria da postagem, ele respondeu: "Não sei. Recebi do PR [presidente]. Perguntei quem é, mas ainda não respondeu".

Às 9h11 do dia 26 de junho, Nigri enviou aos empresários o texto que havia recebido de Bolsonaro, de acordo com a apuração da PF. Nessa mensagem, o então presidente acusava Barroso de interferir na eleição e afirmava que "todo esse desserviço à Democracia dos 3 ministros do TSE/STF, faz somente aumentar a desconfiança de fraudes preparadas por ocasião das eleições".

Como já relatado anteriormente, Meyer Nigri tinha o costume de compartilhar textos que atacavam a atuação dos ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral e que colocavam, sem provas, a lisura do processo eleitoral em dúvida.

A coluna procurou Meyer Nigri, Luciano Hang, Nelson Piquet e Emilio Dalçoquio para comentar sobre essas revelações, no entanto, até o momento, não obtivemos resposta. O espaço continua aberto para eventuais manifestações desses empresários.

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