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    Enquanto aliados discutiam golpe contra Lula, Bolsonaro manteve reuniões com general Villas Bôas

    Dois encontros teriam ocorrido na residência do general da reserva Eduardo Villas Bôas, em Brasília, em dezembro do ano passado

    Bolsonaro e generala Villas Bôas (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

    247 - Jair Bolsonaro (PL) manteve ao menos duas reuniões com o general da reserva Eduardo Villas Bôas em dezembro de 2022, enquanto aliados, assessores e outros militares discutiam a possibilidade de um golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, os dois encontros teriam ocorrido na residência de Villas Bôas, em Brasília, local onde sempre foram realizados diversos encontros entre eles, especialmente relacionados ao meio militar.

    Ainda de acordo com a reportagem, a primeira reunião entre Bolsonaro e Villas Bôas aconteceu no dia 7 de dezembro, seguida de uma segunda no dia 20 do mesmo mês. Naquela época, conforme revelado recentemente pelas mensagens encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tanto ele quanto outros militares próximos defendiam que o então mandatário ordenasse que as Forças Armadas se mobilizassem para  vitar a posse de Lula. 

    As mensagens, submetidas à perícia da Polícia Federal, também revelaram diálogos de caráter golpista entre Gabriela Cid, esposa de Mauro Cid, e Ticiana Villas Boas, filha do general. No teor dessas conversas, incentivava-se a invasão de caminhoneiros em Brasília.

    Vale lembrar que o general Villas Bôas publicou uma mensagem nas redes sociais após a derrota de Bolsonaro para Lula, elogiando as manifestações com viés golpista realizadas em frente aos quartéis. Ele ressaltou que os militantes bolsonaristas e de extrema direita estavam ali "pedindo socorro às Forças Armadas". 

    Villas Bôas também ficou conhecido por ter postado um tuíte na véspera do julgamento do habeas corpus de Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018, quando ainda era comandante do Exército, expressando o que chamou de "anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade".

    Durante os encontros com Villas Boas e a troca de mensagens golpistas entre seus aliados, no final de 2022, Bolsonaro se manteve em silêncio público e recluso no Palácio da Alvorada, sem reconhecer sua derrota para Lula nas eleições.

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