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    Entidades emitem nota de repúdio à ditadura de 64 e criticam ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral

    Organizações como Oxfam e Instituto Vladimir Herzog citam mortes e torturas que aconteceram na ditadura militar (1964-85) e também alertam para ameaças de Bolsonaro

    (Foto: REUTERS/Rodolfo Buhrer | Evandro Teixeira)
    Leonardo Lucena avatar
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    247 - Organizações da sociedade civil emitiram, nesta quinta-feira (31), uma nota em "repúdio às recorrentes tentativas de se reescrever a história brasileira ao ‘celebrar’ o golpe civil-militar ocorrido em 31 de março de 1964". Nesta quinta, data que marca os 58 anos do golpe militar, Jair Bolsonaro exaltou a ditadura e mandou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) calarem a boca. 

    De acordo com a nota das instituições, "o regime autoritário imposto pelo golpe militar de 1964 ceifou vidas, cerca de 434 pessoas foram mortas, mais de 20 mil cidadãos e cidadãs brasileiras torturadas, além da perseguição e do afastamento da vida pública de quase cinco mil representantes políticos em todo país". 

    O texto também criticou os ataques de Bolsonaro à confiabilidade das urnas eletrônicas. "Nesse contexto em que a integridade e credibilidade do sistema eleitoral estão sob ameaças, a atuação da Justiça Eleitoral na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral é fundamental", afirmaram.

    Leia a íntegra da nota: 

    As organizações da sociedade civil aqui signatárias vêm a público reforçar seu compromisso com a democracia brasileira e manifestar repúdio às recorrentes tentativas de se reescrever a história brasileira ao ‘celebrar’ o golpe civil-militar ocorrido em 31 de março de 1964.

    O regime autoritário imposto pelo golpe militar de 1964 ceifou vidas, cerca de 434 pessoas foram mortas, mais de 20 mil cidadãos e cidadãs brasileiras torturadas, além da perseguição e do afastamento da vida pública de quase cinco mil representantes políticos em todo país. A censura imposta a estudantes, jornalistas, artistas e intelectuais deixou cicatrizes profundas nas instituições e na sociedade brasileiras.

    O período recente da história brasileira tem sido marcado por ataques à democracia e às instituições com perseguição de opositores e vozes dissidentes, como membros da sociedade civil organizada, jornalistas, artistas e ativistas. Todos os pilares democráticos estabelecidos pela Constituição Federal de 1988 vêm sendo ampla e gravemente atacados pelo atual governo federal ao longo dos últimos três anos, sendo o processo eleitoral um alvo recorrente e primordial de tais investidas.

    Nesse contexto em que a integridade e credibilidade do sistema eleitoral estão sob ameaças, a atuação da Justiça Eleitoral na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral é fundamental. Não há espaço, portanto, para decisões monocráticas ou que tentem impor uma censura prévia a manifestações artísticas legítimas, fragilizando a democracia brasileira ao não se coadunarem com o papel histórico dessa importante instituição.

    As lógicas de poder concentrado e permanente, as restrições de liberdades individuais, da participação popular e política e do direito ao voto, a perseguição e intolerância à oposição e a censura foram descontinuadas pelo processo de democratização e assim devem ser mantidas e ampliadas. As organizações abaixo signatárias valorizam e defendem a democracia e seus princípios de poder descentralizado e alternado, com o reconhecimento de pertencimento de todas e todos, de forma participativa e de multiplicidade ideológica em todas as esferas da vida social e política, com liberdade de associação, participação, de expressão e de imprensa.

    A sociedade civil organizada coloca-se como motor e amplificador da democracia em suas diversas perspectivas e, desse modo, vem a público repudiar toda e qualquer tentativa de retrocesso democrático e conclamar as instituições a reforçarem sua missão institucional de manutenção da liberdade de expressão e da democracia em nosso país.

    O nosso compromisso é com a construção de uma sociedade democrática, livre de censura, perseguições e violência institucional, e por isso, seguiremos atuantes, vigilantes e na luta.

    1. ABI (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA)
    2. Abong – Associação Brasileira de ONGs
    3. Ação Educativa
    4. Aliança Nacional Lgbti+
    5. ANPED – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
    6. Articulação Brasileira de Gays – ARTGAY
    7. Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
    8. Associação Internacional Maylê Sara Kalí – AMSK/Brasil
    9. Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Educação – ANPEd
    10. CANDACES
    11. Casa Marielle Franco Brasil 
    12. Católicas pelo Direito de Decidir 
    13. Cenpec
    14. Centro  de  Defesa da vida Herbert de Sousa 
    15. Centro das Mulheres do Cabo 
    16. Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo – LAUT
    17. Centro de Convivência É de Lei
    18. Centro de integração raio de Sol
    19. Centro Popular de Direitos Humanos  – CPDH
    20. Cidade Escola Aprendiz
    21. Comissão Pastoral da Terra – CPT
    22. Conectas Direitos Humanos
    23. CTI – Centro de Trabalho Indigenista
    24. Delibera Brasil
    25. Escola de Ativismo
    26. Fórum da Amazônia Oriental – FAOR
    27. Geledés Instituto da Mulher Negra
    28. Elas No Poder
    29. Escola Comum
    30. GESTOS– Soropositividade, Comunicação e Gênero
    31. GTP+ GRUPO DE TRABALHOS EM PREVENÇÃO POSITHIVO GTP+
    32. Frente Favela Brasil 
    33. Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
    34. Indômitas Coletiva Feminista
    35. Grupo de Estudos Democratismo
    36. INESC Instituto de estudos socioeconômicos
    37. Iniciativa Direito a Memória e Justiça Racial
    38. Instituto Alziras
    39. Instituto Arueras
    40. Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico – IBDU
    41. Instituto Cidade Democrática
    42. Instituto de Defesa do Direito de Defesa – IDDD
    43. Instituto de Governo Aberto – IGA
    44. Instituto EcoVida 
    45. Instituto Hori – Educação e Cultura
    46. Instituto Patauá
    47. Instituto Physis – Cultura & Ambiente
    48. Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
    49. Instituto Sou da Paz
    50. Instituto Update
    51. Instituto Vladimir Herzog
    52. Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
    53. IPAD SEJA DEMOCRACIA
    54. Kurytiba Metropole
    55. Laboratório de Estudos da Mídia e da Esfera Pública (LEMEP)
    56. Laboratório interdisciplinar de inovação em organizações e políticas públicas
    57. Liga Brasileira de Lésbicas – LBL
    58. Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais
    59. MCCE – Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral
    60. Mobis Educação
    61. Movimento do Espírito Lilás – MEL
    62. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
    63. Movimento Mapa Educação 
    64. MPD – Movimento do Ministério Público Democrático
    65. Nuances – Grupo pela Livre Expressão Sexual
    66. Núcleo de Preservação da Memória Política 
    67. Observatório para qualidade da lei e LegisLab
    68. NOSSAS
    69. Observatório do Marajó 
    70. Oxfam Brasil
    71. Plan International Brasil
    72. PNBE
    73. Política Viva
    74. ponteAponte
    75. Projeto Saúde e Alegria
    76. Rede Brasileira de Conselhos – RBdC
    77. Rede Conhecimento Social 
    78. Rede Jubileu Sul Brasil
    79. Rede LésBi Brasil
    80. Rema Rede de Matriz Africana
    81. Sistema B Brasil 
    82. Terra de Direitos 
    83. Tornavoz
    84. Transparência Brasil
    85. Transparência Capixaba
    86. Transparência Eleitoral Brasil
    87. Vida Brasil 
    88. WWF-Brasil
    89. ZANZALAB

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