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    Esquema Lava Jato: 75% do que fatura a Alvarez & Marsal vem de empresas quebradas pela operação

    Informação foi divulgada pelo jurista Lenio Streck. "Contratação de Moro foi um golaço para A&M!", afirmou

    (Foto: Reuters | Reprodução)

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    247 - A contratação do ex-juiz Sérgio Moro, declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos processos da Lava Jato contra o ex-presidente Lula, se mostrou um excelente negócio para a empresa norte-americana Alvarez & Marsal. 

    De todo o faturamento da empresa com administradora de processos de recuperação judicial, cerca de 75% advêm de empresas implicadas pela Lava Jato, da qual Moro era o juiz principal. A informação é do jurista Lenio Streck, professor de Direito e integrante do grupo Prerrogativas. Segundo Streck, a Alvarez & Marsal recebeu por mês R$ 2,2 milhões de honorários como administradora judicial. Deste montante, R$ 1,5 milhão seriam de empresas atingidas pela Lava Jato. "Contratação de Moro foi um golaço para A&M! Que faro", afirmou Streck.

    O grupo Odebrecht é o principal cliente, tendo a Alvarez como administradora judicial da Construtora Odebrecht, da empresa de energia Atvos e da Enseada Indústria Naval. Mas há também a Galvão Engenharia e a empreiteira OAS, todas elas impactadas pela Lava Jato. 

    Pelas contas de Streck, só a construtora Odebrecht pagou por mês a quantia de R$ 746 mil à Alvarez & Marsal, o que daria R$ 24 milhões entre junho de 2019, quando a empresa formalizou o processo de recuperação judicial, até janeiro deste ano. Entretanto, desde março de 2021 os pagamentos da Odebrecht para sua administradora estão suspensos, sendo realizados desde então em uma conta judicial. 

    A decisão foi do juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, após considerar investigação aberta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para apurar a suspeita de conflito de interesses na contratação de Sérgio Moro pela empresa estadunidense. 

    Segundo o Ministério Público junto ao TCU, Moro teria orientado procuradores da Lava Jato sobre informações constantes no sistema de pagamentos de propina da Odebrecht. O MP de Contas argumenta que durante a atuação de Moro como juiz, o acesso às informações privilegiadas pode ter contribuído para a situação de insolvência da empresa.

    Em dezembro, o ministro Bruno Dantas, presidente do TCU, determinou que a Alvarez & Marsal apresente os documentos ligados à saída de Moro, inclusive informações sobre os valores pagos ao ex-juiz e hoje presidenciável pelo Podemos, com as datas dos pagamentos. Na quarta-feira (18), o ministro Bruno Dantas autorizou o Ministério Público a ter acesso a todos os documentos do processo da Odebrecht que envolve a Alvarez & Marsal, incluindo o que contratou Sergio Moro.

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