“Eu não quero mais exercer cargo no governo", diz José Genoino
O ex-presidente nacional do PT comentou sobre os resultados das eleições municipais deste ano
Por Bianca Penteado (247) – O ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoino, declarou na quarta-feira (30) que não pretende mais se candidatar a cargos políticos. A afirmação foi feita durante o evento “Ciclo 60: Cicatrizes do Golpe sob o Olhar de um Sobrevivente”, promovido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Bauru.
“Eu não quero mais disputar eleição e nem exercer cargo no governo”, afirmou.
Durante o evento, Genoino comentou sobre os resultados das eleições municipais deste ano. Conforme dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na segunda-feira (28), 9.947.369 eleitores não compareceram às urnas no segundo turno, realizado no domingo (27). O número de abstenções representa 29,26% do total de 33.996.477 eleitores que estavam aptos a votar.
“A abstenção é um sinal do afastamento da sociedade da política”, afirmou. “O voto nulo e a abstenção são a negação da negação. E, quando o cidadão nega, ele se abstém de tudo. O abstencionismo é a despolitização elevada a um nível máximo, e eu acho que, para enfrentar isso, a esquerda tem que recuperar o papel da política.”
“[O abstencionismo] é muito perigoso; os mesmos que se abstêm da política hoje, amanhã podem apoiar um golpe”, completou.
Ranking dos partidos
Genoino também analisou o desempenho do PT nas eleições municipais. A legenda elegeu prefeitos em 252 cidades, ficando em nono lugar no ranking das siglas, liderado pelo PSD de Gilberto Kassab, que conquistou a vitória em 887 municípios.
Segundo ele, o PT precisa passar por uma reforma que recupere o engajamento da militância a fim de melhorar o desempenho do partido nas próximas eleições.
“Eu estou em um movimento pela reforma do PT”, disse. “Falo em reformar o PT, em oxigenar o PT, fazer plenárias, resgatar a militância, trazer o PT para as ruas, para os bairros, para a periferia e as comunidades, para que ele volte a ser esse instrumento que, inclusive, tem autonomia em relação ao governo”.
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