Ex-empregado do clã Bolsonaro diz que mansão de Ana Cristina e Jair Renan em Brasília foi comprada por laranjas
Segundo Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, que trabalhou para a família Bolsonaro, Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro, não alugou uma mansão em Brasília, mas comprou, por meio de dois laranjas, com documento informal não registrado em cartório. Segundo ele, Ana usou laranjas para construir o patrimônio dela, estimado em R$ 5 milhões em 2020
247 - Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, que trabalhou durante 14 anos para a família Bolsonaro, acusou Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro, de ter formado todo o patrimônio dela usando uma série de laranjas, inclusive na compra da mansão em que ela mora atualmente em Brasília, no Lago Sul, com o filho, Jair Renan. Os dois mudaram para a mansão em junho passado e divulgaram informação de que a casa teria sido alugada por Ana Cristina Valle por R$ 8 mil mesmo ela recebendo salário de R$ 8.100,00.
O patrimônio da mãe de Jair Renan estava estimado em R$ 5 milhões no ano de 2020. De acordo com Marcelo dos Santos, ela não alugou o imóvel, como ela conta, mas o comprou, por meio de dois laranjas, com quem firmou um contrato de gaveta, ou seja, um documento informal não registrado em cartório. O objetivo era fazê-los repassar o imóvel para seu nome após o encerramento do financiamento.
O ex-empregado da família Bolsonaro disse que, inicialmente, a casa estava sendo negociada por um valor entre R$ 2,9 milhões e R$ 3,2 milhões. De acordo com a coluna de Guilherme Amado, publicada no site Metrópoles, Santos afirmou desconhecer o valor final da transação, mas enfatiza que tanto ele quanto Jair Renan ouviram a advogada falando sobre a negociação.
A mansão tem 1.200 metros quadrados (m²) de área total e 395 m² de área construída, uma piscina de 50 m², aquecimento solar e quatro suítes.
Além do financiamento em nome dos falsos proprietários, a ex-mulher de Bolsonaro teria usado o dinheiro da venda de um imóvel e de reservas que ela guarda desde a época em que comandava o desvio de dinheiro dos gabinetes de Flávio e Carlos Bolsonaro.
O empregado também havia denunciado um esquema de rachadinha envolvendo o clã presidencial. Segundo Santos, Ana Cristina não se envolvia no eventual recolhimento de valores dos funcionários do gabinete de Jair Bolsonaro como deputado federal. Ele denunciou que ela articulava o esquema na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde o atual senador Flávio Bolsonaro cumpria mandato de deputado estadual, e na Câmara Municipal do Rio, onde Carlos cumpria e continua cumprindo mandato de vereador.
Santos, que foi lotado no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj entre 2003 e 2007, afirmou ter devolvido 80% de tudo que recebeu no período. O valor repassado gira em torno de R$ 340 mil.
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