Ex-ministros recorrem ao Supremo para Bolsonaro explicar acusação de que incentivavam a pedofilia
Ministros que integraram os governos FHC, Lula e Dilma pediram ao STF que interpele Jair Bolsonaro para ele explicar as acusações de pedofilia contra ex-titulares dos Direitos Humanos. Disseram que, "numa só tacada", atingiu a honra e a reputação de todos eles ao imputar "conivência e estímulo a comportamento [a pedofilia] dotado de relevante reprovação social"
247 - Dez ex-ministros e ex-secretários dos Direitos Humanos apresentaram uma interpelação criminal ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que Jair Bolsonaro explique declarações associando à pedofilia. Entre eles há integrantes dos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff. A informação foi publicada pela coluna de Mônica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo.
Bolsonaro fez a acusação em um evento chamado "Simpósio da Cidadania Cristã", na Igreja Batista Central de Brasília, no começo deste mês. "Quem lembra o que era o Ministério dos Direitos Humanos? Quem eram as pessoas que já ocuparam aquele ministério? Como uma, por exemplo, que tinha lá um site chamado 'Humaniza Redes', que era... que incentivava a pedofilia. Dizia que o pedófilo era um doente, [que] devia ser entregue para um hospital, e não ser levado a uma delegacia", disse.
Na interpelação, assinada pelos advogados Antonio Claudio Mariz de Oliveira, Tarso Genro e Soraia da Rosa Mendes, os ex-ministros afirmaram que Bolsonaro costuma usar o microfone para "promover ofensas e ataques à honra alheia". Também disseram que, "numa só tacada", atingiu a honra e a reputação de todos eles ao imputar "conivência e estímulo a comportamento [a pedofilia] dotado de relevante reprovação social".
Os ex-ministros querem que Bolsonaro "cite fatos concretos" depois de fazer as acusações e informe se algum dos ex-ministros foi processado ou investigado "sob acusação de prática de pedofilia".
Os ex-ministros que acionaram o STF são Gilberto Vargas, Maria do Rosário, Ideli Salvatti, Nilmário Miranda, José Gregori, Mário Mamede, Paulo Vannuchi, Nilma Lino Gomes, Paulo Sérgio Pinheiro e Rogerio Sottili.
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