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    Fachin diz que há risco de Brasil ter evento mais grave do que invasão do Capitólio dos EUA

    A invasão ao Capitólio dos EUA repercute até hoje, em meio às investigações de uma comissão especial do Congresso norte-americano que apura inclusive o papel de Trump no ataque

    O ministro do STF, Edson Fachin (Foto: Reuters)

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    (Reuters) – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, afirmou nesta quarta-feira que há risco de o Brasil passar por um evento mais grave do que a invasão ao Capitólio de Washington, ocorrido em 6 de janeiro do ano passado, quando partidários do então presidente derrotado dos EUA, Donald Trump, invadiram as dependências do Congresso para tentar impedir a certificação da vitória de Joe Biden.

    “O que tem sido dito no Brasil… é que nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do 6 de janeiro daqui, do Capitólio”, disse ele, em palestra no Wilson Center, em Washington.

    A invasão ao Capitólio dos Estados Unidos repercute até hoje, em meio às investigações de uma comissão especial do Congresso norte-americano que apura inclusive o papel de Trump no ataque, que resultou em mortos e feridos.

    Na palestra, Fachin fez questão de destacar uma série de ações que a Justiça Eleitoral está tomando para evitar um episódio como esse no Brasil. Ele defendeu que instituições de Estado continuem a atuar dessa forma e não defendendo interesses que pretendem a “titularidade transitória de quem está no governo”.

    “As Forças Armadas que já elogiei pelo papel de apoio logístico e operacional são definidas pelo artigo 142 da Constituição como forças nacionais, regulares e permanentes para atender a estabilidade dos Poderes do Estado”, disse.

    “Portanto, quando chamadas a esta arena pública são chamadas para defender as instituições, para gerar segurança institucional e não o contrário. As Forças Armadas e as forças de segurança Polícias Militares dos Estados e assim por diante”, reforçou.

    O presidente do TSE não citou o presidente Jair Bolsonaro durante a palestra. Candidato à reeleição, Bolsonaro, que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, tem feito ataques sistemáticos e frequentes ao sistema de votação por meio das urnas eletrônicas e já ameaçou não aceitar um resultado desfavorável nas eleições de outubro.

    Sem intervenção

    Em sua fala, Fachin fez questão de alertar que não aceitará qualquer intervenção no processo eleitoral. Segundo ele, a participação das Forças Armadas tem que ser colaborativa e jamais “interventiva”.

    “Evidentemente que esse tipo de circunstância nós não só aceitamos como não aceitaremos. Colaboração sim, intervenção jamais”, frisou.

    Também nesta quarta, em participação na Comissão de Defesa Nacional da Câmara, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, afirmou que as Forças Armadas não estão duvidando ou achando qualquer coisa sobre a transparência das eleições e que a atuação é simplesmente colaborativa.

    Os militares participam da comissão formada pelo TSE para garantir maior segurança e transparência do processo eleitoral.

    “Estamos conversando para ver o que pode ser implementado ainda para termos mais transparência, segurança e auditabilidade. Só isso, sem qualquer outro viés”, disse ele.

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