Fepal cobra de Lula apoio à ação da África do Sul contra o genocídio promovido por Israel em Gaza
Federação destacou os mais de 30 mil mortos em Gaza por Israel, sendo mais de 14 mil crianças: 'não há dúvidas de que se trata de genocídio'
247 - Na noite desta terça-feira (9), a Federação Árabe Palestina (Fepal) fez um apelo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), instando o Brasil a apoiar publicamente a ação da África do Sul contra o genocídio cometido por Israel em Gaza. O pedido foi feito em meio ao processo movido pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ) em relação aos constantes ataques de Israel contra a população da Palestina.
De acordo com a Fepal, mais de 30 mil pessoas foram mortas, e cerca de 63 mil ficaram feridas, representando 1,35% e 3% da população de Gaza, respectivamente. O comunicado destaca que crianças constituem 47% das vítimas, com mais de 14 mil mortes, uma taxa alarmante de quase 6.500 por milhão de habitantes de Gaza, contrastando significativamente com a média mundial de mortalidade infantil em conflitos.
A Fepal também denuncia que mulheres, incluindo centenas grávidas, totalizam quase 8 mil das vítimas, representando 76% do total de mortos no que eles categorizam como genocídio. A comparação histórica é feita com a Segunda Guerra Mundial, onde apenas 5,5% dos 11 milhões de alemães mortos eram civis.
O comunicado ressalta que as mortes em 94 dias de genocídio já ultrapassam em 100% as ocorridas durante a Nakba, entre 1947 e 1951, quando 88% da população palestina foi morta ou expulsa. Atualmente, deslocados e assassinados representam 91,2% da população palestina de Gaza.
A África do Sul, em 29 de dezembro de 2023, solicitou à CIJ uma ordem urgente declarando que Israel está violando suas obrigações sob a Convenção de Genocídio de 1948 em sua repressão contra os palestinos em Gaza. Israel rejeitou a acusação, chamando-a de "calúnia" infundada.
A iniciativa sul-africana recebeu apoio da esquerda israelense, incluindo membros do Partido Comunista Israelense. Ativistas globais, como a Coalizão Internacional para Acabar com o Genocídio na Palestina (ICSGP), têm liderado uma campanha de coleta de assinaturas para pressionar a comunidade internacional a apoiar a denúncia sul-africana.
Hoje, a Bélgica e o Chile também expressaram a intenção de tomar medidas legais contra Israel na CIJ, destacando a crescente preocupação global em relação à situação nos territórios palestinos ocupados. A comunidade internacional, representada por mais de 870 organizações e movimentos sociais, insta a ação imediata para evitar o que consideram genocídio em Gaza. CONFIRA A NOTA DA FEPAL NA ÍNTEGRA:
"Presidente Lula, o Brasil pode e deve apoiar publicamente a petição da África do Sul à Corte Internacional de Justiça sobre o genocídio que "israel" executa na Palestina.
O genocídio está caracterizado pelos números de mortes, feridos e destruição. Já são mais de 30 mil os assassinados, considerando os desaparecidos sob os escombros, ou 1,35% da população de Gaza. Os feridos, quase 63 mil, ou perto de 3% da população palestina de Gaza.
As crianças assassinadas já são mais de 14 mil, 47% do total de mortos, ou quase 6.500 para cada 1 milhão de habitantes de Gaza. De 2019 a 2022, em todas as guerras no mundo, a mortalidade de crianças foi de 0,28 para cada 1 milhão de habitantes. Ou seja: “israel” matou na Palestina quase 23 mil vezes mais que em todas as guerras no mundo atual.
As mulheres assassinadas já são quase 8 mil, com centenas delas grávidas, num duplo crime. Ao todo, crianças, mulheres e idosos perfazem 76% dos mortos neste genocídio. Quase todos os assassinados por “israel” são civis. Na 2ª Guerra Mundial, dos 11 milhões de alemães mortos, apenas 5,5% eram civis.
E as mortes nestes 94 dias de genocídio já superam em 100% as 15 mil havidas na Nakba, que durou de 1947 a 1951. Naqueles quase quatro anos, 88% da população palestina foi morta ou expulsa do que foi roubado para se tornar “israel”. Nestes 94 dias de genocídio, deslocados e assassinados já são 91,2% da população palestina de Gaza.
Não há dúvidas de que se trata de genocídio."
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