Flávio Bolsonaro teria pago R$ 2,87 milhões à vista e assumido prestações que consomem 100% do seu salário líquido
O cartório rasurou os valores referentes à composição da renda de Flávio e da esposa Fernanda, que é dentista. Pelas regras do sistema financeiro habitacional, a prestação não pode ultrapassar 30% da renda bruta. O salário líquido do senador é de R$ 25 mil
247 - A escritura da compra da mansão de Flávio Bolsonaro no Lago Sul, em Brasília, informa que, do valor total de R$ 5,97 milhões, R$ 2,87 milhões foram pagos à vista. O documento foi obtido pelo portal O Antagonista e revelou parcelas entre R$ 18,7 mil e R$ 21,5 mil do financiamento feito com o Banco Regional de Brasília (BRB), de R$ 3,1 milhões no total.
O cartório rasurou os valores referentes à composição da renda de Flávio e da esposa Fernanda, que é dentista. Pelas regras do sistema financeiro habitacional, a prestação não pode ultrapassar 30% da renda bruta. O salário líquido do senador é de R$ 25 mil - o bruto é de R$ 33.763
Mais cedo, Flávio afirmou que vendeu um apartamento na Barra da Tijuca (RJ) e a franquia de sua loja de chocolates para dar a entrada no imóvel de luxo. Na campanha eleitoral de 2018, o senador declarou patrimônio de R$ 1,7 milhão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Sigilo e Rachadinha
A compra da mansão ocorreu uma semana após o parlamentar anular no Superior Tribunal de Justiça (STJ) as quebras de sigilo bancário e fiscal do inquérito da rachadinha, no qual ele é investigado por enriquecimento ilícito.
No processo da rachadinha, o Ministério Público do Rio de Janeiro o acusa de desviar R$ 6,1 milhões dos cofres públicos, através do desvio de salários de ex-assessores fantasmas quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Os promotores destacam, ainda, que, entre 2010 e 2017, o então deputado estadual lucrou R$ 3 milhões em transações imobiliárias com “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas”.
Possível fraude também no BRB
Em uma série de postagens no Twitter, o jornalista André Shalders destaca que “o simulador imobiliário do BRB parece (atenção, parece) mostrar que a instituição ofereceu condições mais vantajosas a Flávio Bolsonaro do que ao público em geral ao comprar a mansão no lago sul”.
“Segundo o simulador do banco, um financiamento no valor daquele obtido pelo senador, com o mesmo prazo de pagamento, exigiria uma renda líquida mínima de R$ 46,8 mil -- bem mais que o salário de Flávio no Senado”, diz em outro post.
Como senador, Flávio recebe um salário bruto no valor de R$ 33.763,00, que após os descontos é reduzido para R$ 24,9 mil.
O parcelamento obtido por Flávio Bolsonaro junto ao BRB, foi feito em condições mais vantajosas que as oferecidas ao cidadão comum. O valor de R$ 3,1 milhões foi parcelado em 360 meses, com “taxa de juros nominal reduzida de 3,65% ao ano”, abaixo da inflação do ano passado, que foi da ordem de 4,52%.
O BRB é presidido pelo executivo Paulo Henrique, que tem o nome cotado para assumir a presidência do Banco do Brasil. Ele também é ligado ao governador Ibaneis Rocha, aliado do clã Bolsonaro.
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