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    Flávio Bolsonaro pagou quase R$ 90 mil em dinheiro vivo para comprar salas comerciais e disse ao MP que pegou com o pai

    O Ministério Público do Rio de Janeiro descobriu que Flávio Bolsonaro pagou R$ 86,7 mil em dinheiro vivo para quitar parte de operações de compras de salas comerciais. Ele envolveu o pai na história, ao afirmar que pegou o dinheiro com Jair Bolsonaro

    Flavio Bolsonaro e Jair Bolsonaro (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

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    247 - A compra de salas comerciais pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) teve o uso de R$ 86,7 mil em dinheiro vivo enquanto ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio. É o que revelam as construtoras envolvidas na operação e o próprio Flávio em depoimento ao Ministério Público do Rio (MP-RJ) ao qual o jornal O Globo teve acesso.

    No depoimento ao MP, Flavio envolveu o pai, Jair Bolsonaro, na história. Disse que pediu os valores emprestados a ele e a um irmão — sem identificar qual deles. 

    O depoimento do senador foi em 7 de julho, para o promotor Luis Fernando Ferreira Gomes no inquérito que apura a prática de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio. No depoimento, Gomes informou a Flávio que a Cyrella e a TG Brooksfield afirmaram ao MP que ele pagara R$ 86.779,43 com dinheiro em espécie, por meio de depósitos bancários, no ano de 2008, para a compra de 12 salas comerciais no Barra Prime Offices — um centro comercial de alto padrão na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

    As salas acabaram revendidas por Flávio 43 dias depois do registro em cartório, de 2010. Segundo reportagem do UOL, os imóveis foram formalmente adquiridos por valores entre R$ 192,5 mil e R$ 342,5 mil cada. No total declarado, as salas chegavam a R$ 2,6 milhões. Antes de revender, Flávio pagou apenas 12% do financiamento. Menos de dois meses depois, no dia 29 de outubro, o senador vendeu as salas e cedeu o restante do financiamento a uma empresa chamada MCA, obtendo um lucro R$ 318 mil.

    Ao longo do depoimento, o promotor também questionou Flávio sobre como foram pagos os empréstimos feitos junto a seus familiares para custear as salas. O senador disse que também retornou os valores em dinheiro vivo. “Não. Era em espécie, em dinheiro”, afirmou Flávio, quando lhe foi perguntado se recebeu o empréstimo integralmente e se o pagou integralmente ou parcelado.Ele disse que não se recordava de como pagou pelos supostos empréstimos: “Como era em família, não lembro agora exatamente como foi feito. Se foi parcelado ou uma vez só”.

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