“Fui detido porque exerci meu direito de manifestação e de documentar o que acontece no Líbano", diz Thiago Ávila ao 247
Manifestante internacionalista foi detido em Guarulhos após viajar ao Líbano para produzir reportagens sobre a destruição promovida por Israel
247 – O militante internacionalista Thiago Ávila, conhecido por sua defesa intransigente dos direitos humanos e sua oposição ao genocídio promovido pelo governo de Benjamin Netanyahu, relatou ao Brasil 247 os detalhes de sua detenção pela Polícia Federal ao retornar de uma viagem ao Líbano neste sábado. Thiago foi entrevistado pelos jornalistas Leonardo Attuch e Joaquim de Carvalho no Bom Dia 247 deste sábado, onde denunciou a arbitrariedade de sua abordagem em território nacional. “Fui detido porque exerci meu direito de manifestação e de documentar o que acontece no Líbano. A Polícia Federal queria saber com quem eu falei no Líbano e eu me neguei a repassar meu celular”, declarou Thiago. Ele destacou sua recusa em colaborar com ações que considera violações dos direitos: “Não colaboro com violações de direitos. Isso porque eu sei que eles têm contato com sionistas e os sionistas estão assassinando pessoas no Líbano.”
Thiago voltou recentemente do Líbano, onde esteve para prestar solidariedade ao povo libanês e documentar os impactos da destruição promovida por Israel na região. Sua detenção ocorreu ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde foi interrogado sobre sua viagem. “Israel está cometendo as maiores violações de direitos humanos da nossa geração e nós temos o dever de denunciar”, afirmou o ativista, evidenciando o contexto de sua militância. “O que aconteceu comigo fere a soberania nacional. A Polícia Federal deve estar a serviços dos interesses brasileiros e não de uma potência estrangeira".
A detenção de Thiago Ávila acontece em um momento em que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu ordens de prisão contra Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant, ex-ministro da Defesa de Israel, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Entre as acusações estão a privação de alimentos, água e medicamentos à população civil em Gaza. A decisão, unânime, foi tomada pela Câmara Pré-Julgamento I do TPI e reforça as denúncias de ativistas e organizações de direitos humanos ao redor do mundo.
No entanto, a abordagem de Thiago pela Polícia Federal levanta questionamentos sobre a autonomia de órgãos brasileiros e sua possível influência por interesses estrangeiros. A ação contra o ativista segue um padrão preocupante de intimidação a figuras públicas que denunciam violações de direitos humanos, especialmente relacionadas ao conflito no Oriente Médio.
Thiago, que já está em Brasília, reafirmou seu compromisso em continuar denunciando o genocídio e a opressão na região. Sua história lança luz sobre a complexa relação entre militância internacionalista e repressão estatal, trazendo à tona a importância da liberdade de expressão e da solidariedade internacional em tempos de crise humanitária global. Assista:
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