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    Governador de Rondônia aparece em vídeo garantindo acabar com ‘excesso de reservas ambientais’

    A um grupo de pessoas ligadas ao agronegócio, o governador Marcos Rocha (PSL) afirma ter o apoio de deputados do seu partido e de Jair Bolsonaro para que terras ocupadas ilegalmente sejam regularizadas

    Marcos Rocha (Foto: Carolina Antunes/PR)

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    Por Luciana Oliveira - O vídeo está circulando nas redes sociais e mostra o compromisso assumido pelo governador Marcos Rocha (PSL) com um grupo de pessoas ligadas ao agronegócio para regularizar invasões em terras públicas.

    A reunião parece ter ocorrido durante o processo eleitoral deste ano, porque o governador faz menção à disputa.

    Ele afirma ter o apoio de deputados do seu partido e do presidente Jair Bolsonaro para que terras ocupadas ilegalmente sejam regularizadas. 

    Segundo Marcos Rocha, ao ser perguntado por um jornalista inglês se era a favor de acabar com as reservas, respondeu: “sim, porque tem reservas demais. Não é acabar com as reservas, é tirar o excesso de reservas”.

    Ele afirmou que o presidente garantiu “pegar as terras da união que estão ocupadas há bastante tempo” e transferir para estado fazer o que chama de regularização fundiária.

    Sobre operações contra o desmatamento que resultam em queima de equipamentos e máquinas, o governador demonstrou preocupação com quem exerce a atividade ilegal.

    Os passos para regularizar invasões de fazendeiros, garimpeiros, grileiros e madeireiros, estão acelerados. 

    Tramita na Assembleia Legislativa  do estado o PLC 080/20 que altera os limites da Reserva Extrativista Jaci-Paraná e do Parque Estadual de Guajará-Mirim.

    O projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição de Justiça e de Redação e na última quarta-feira,2, uma audiência pública foi realizada, apesar da alta de 183% nos casos de COVID-19 no estado. 

    A governo e a classe política estão empenhados em desafetar mais de 160 mil hectares de unidades de conservação pra ‘passar a boiada’ de 120 mil animais. 

    Na audiência, o presidente da Casa de leis, Laerte Gomes (PSDB), disse que preferia Rondônia fora da Amazônia por sua “aptidão totalmente de produção”. 

    Em nota pública cerca de 50 entidades repudiaram a intenção do governador e pediram que o projeto seja retirado de pauta. 

    “Entregar essas áreas aos invasores é premiar e legitimar a ação do crime organizado no Estado. É assumir que o crime compensa e incentivar novas invasões em outras unidades de conservação, a exemplo do que ocorre na RESEX Aquariquara e outras reservas na região de Machadinho e Vale do Anari”, declararam.

    Um estudo de três pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, mostra o “que sobrou de Amazônia no estado que mais devastou esse bioma”.

    Luis Fernando Novoa Garzon, Daniele Severo da Silva e Maira da Silva Ribeiro, analisaram os impactos de desafetações e regularizações de crimes nas áreas de conservação.

    “O eixo de expansão da BR 364 fez de Rondônia uma extensão longitudinal do Mato Grosso, com fronteiras sucedendo-se na mesma ordem: atividade madeireira, desmatamento, pecuária extensiva, monocultura da soja”, dizem os pesquisadores.

    No ranking do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) o estado de Rondônia aparece em quarto lugar com 1.259 km² de floresta derrubada, o que dá 11,4% de participação na destruição do maior valioso bioma do planeta. Junto com o Pará, Mato Grosso e Amazonas, é responsável por 87% do desmatamento medido pelo Prodes, sistema de monitoramento do INPE.

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