Helena Chagas: 'empresários não estão no alvo por falas no zap, mas por suspeita de financiar atos golpistas'
"Não há detalhes,mas presume-se que a PF tenha elementos", afirmou a jornalista
247 - A jornalista Helena Chagas comentou a operação da Polícia Federal contra empresários que defenderam golpe de estado em grupo de Whatsapp. Segundo a colunista da TV 247, os alvos da operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, são suspeitos de financiar atos contra a democracia.
"Investigar rico nesse país não é mole não. PGR, governo, associações empresariais,todo mundo em cima do Xandão pela operação de hoje. Não há detalhes,mas presume-se que a PF tenha elementos. Não estão no alvo por falas golpistas no zap, mas por suspeita de financiar atos golpistas", escreveu Helena.
Leia também reportagem da Reuters sobre o assunto:
(Reuters) - A Polícia Federal cumpria nesta terça-feira mandados de busca e apreensão contra oito empresários, dentre eles José Isaac Peres, CEO da Multiplan, que participavam de um grupo de WhatsApp que pregava um golpe de Estado em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro, informaram duas fontes à Reuters.
Sem identificar os alvos, a PF informou em nota que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou mandados a serem cumpridos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.
Moraes também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e alvo de constantes ataques do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e de aliados dele.
A revelação de que empresários bolsonaristas estariam defendendo uma ruptura institucional foi feita na semana passada em reportagem do site Metrópoles.
Os alvos da operação da PF, segundo as fontes, além de Peres, são Meyer Nigri, presidente do conselho de administração da Tecnisa; Luciano Hang, fundador da Havan; Afrânio Barreira Filho, fundador do Coco Bambu; Ivan Wrobel, dono da W3 Engenharia; José Koury, dono do Barra World Shopping; Marco Aurélio Raymundo, fundador da Mormaii; e Luiz André Tissot, fundador da loja de Móveis Sierra.
Em sua conta no Twitter, Luciano Havan disse que foi "tratado novamente como um bandido!".
"Eu nunca falei sobre golpe, minha fala em determinado grupo de WhatsApp foi a seguinte: 'Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos', me referindo aos maus políticos deste país", afirmou ele, dizendo que sempre defendeu a democracia, a liberdade de expressão e de opinião.
"Estou tranquilo, porque não tenho nada a temer e estou com a verdade ao meu lado. Agora, corro o risco de perder minhas redes mais uma vez. Um absurdo, baseado em uma informação distorcida e falsa", reclamou.
O advogado de Afrânio Barreira Filho disse que seu cliente está "absolutamente tranquilo e colaborando com a busca da verdade, a qual resultará rapidamente no arquivamento da investigação".
“A operação de hoje é fruto de perseguição política e denúncias falsas, as quais não tem nenhum fundamento", acrescentou o advogado Daniel Maia.
Procuradas, a operadora de shoppings de alta renda Multiplan, da qual Peres é presidente, e a construtora Tecnisa, fundada por Nigri e na qual ele é presidente do conselho de administração, não responderam imediatamente a pedido de comentários. A Reuters ainda não conseguiu contato com os demais empresários.
CRÍTICAS
Dois filhos de Bolsonaro criticaram nas redes sociais a operação, sem citar nominalmente o ministro Alexandre de Moraes.
"É insano determinar busca e apreensão sobre empresários honestos, que geram milhares de empregos, alguns conhecidos de ministros do STF (que sabidamente jamais tramariam ´golpe´ nenhum) por dizerem que preferem qualquer coisa ao ex-presidiário, numa conversa privada de WhatsApp", disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP), um dos coordenadores da campanha à reeleição do pai, no Twitter.
Flávio questionou se a operação é contra ou a favor da democracia. "Agora está sendo contra uma pessoa do seu lado, amanhã será contra você, seja empresário, empregado, parlamentar, jornalista...", afirmou. "Conheço empresários com medo de se posicionarem nessas eleições. Que isso os una, pelo bem do Brasil!", reforçou.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é escrivão licenciado da Polícia Federal, queixou-se também no Twitter, dizendo que a operação seria um "ataque à democracia em plena campanha eleitoral", uma "censura".
"PF em casa devido a mensagens de zap?! Qual crime?", questionou. "É operação claramente para intimidar qualquer figura notória de se posicionar politicamente a favor de Bolsonaro ou contra a esquerda", avaliou.
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