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    Historiador dá aula a Mourão sobre o que foram as capitanias hereditárias

    O professor de História do Brasil Colonial da Unirio, Thiago Krause, criticou a postagem de Hamilton Mourão, que foi ao Twitter comemorar o aniversário da criação das capitanias hereditárias. "Estou acostumado a ler 'bad takes' históricos por parte do bolsonarismo, mas esse é um dos mais inovadores que eu já vi!", ironizou. Confira a explicação do historiador

    (Foto: Esq.: Wilson Dias - ABR / Dir.: Reprodução)

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    247 - O professor de História do Brasil Colonial da Unirio, Thiago Krause, deu uma verdadeira aula para o vice-presidente da República, General Hamilton Mourão. O militar fez um post neste sábado (28) para comemorar o aniversário da criação das capitanias hereditárias no Brasil. 

    Na mesma rede social, o general havia dito: "Na data de hoje, em 1532, o Rei D. João III criava as #capitanias no #Brasil. Descoberto pela mais avançada #tecnologia da época, o País nascia pelo #empreendedorismo que o faria um dos maiores do mundo. É hora de resgatar o melhor de nossas origens".

    "Estou acostumado a ler 'bad takes' históricos por parte do bolsonarismo, mas esse é um dos mais inovadores que eu já vi! Depois do choque inicial, vamos transformar essa imbecilidade em 'teachable moment'", afirmou o professor. 

    "'Mais avançada tecnologia da época' – no século XIX, a historiografia nacionalista liberal portuguesa inventou a Escola de Sagres, uma academia científica que teria produzido as inovações que explicariam o pioneirismo português na expansão. O problema é que ela nunca existiu!", complementou.

    De acordo com o professor, "os historiadores oitocentistas só queriam inserir Portugal no rol das nações modernas, enfatizando o único argumento que os lusos tinham pra reivindicarem um lugar de destaque na história mundial: a expansão. Isso foi elevado ao paroxismo pelo salazarismo e copiado aqui".

    "Há alguma discussão recente sobre a ciência ibérica (ainda que mais hispânica) e debates sobre quão inovadores foram os navegadores portugueses, mas é certo que muito foi tomado dos árabes e grande parte do restante foi um conhecimento prático", acrescentou.

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