Intercept: corregedor do MPF acobertou confissão de procurador da Lava Jato que pagou por outdoor ilegal
O procurador Diogo Castor de Mattos confessou ao corregedor-geral do MPF que pagou por um outdoor com o objetivo de promover a Lava Jato. Oswaldo Barbosa, no entanto, encerrou o caso sem investigação formal e omitiu a confissão do Conselho Nacional do Ministério Público, que também poderia punir o procurador. É o que aponta a nova revelação do Intercept Brasil. Confira o áudio
247 - O procurador Diogo Castor de Mattos confessou ao corregedor-geral do Ministério Público Federal que pagou por um outdoor com o objetivo de promover a Operação Lava Jato. Oswaldo Barbosa, no entanto, encerrou o caso sem investigação formal e omitiu a confissão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que também poderia punir o procurador. É o que aponta a nova revelação do site Intercept Brasil.
"Áudios do arquivo da Vaza Jato mostram que membros da força-tarefa sabiam da confissão, e o episódio causou preocupação: nos bastidores, o grupo atuou para esvaziar a apuração e a publicidade do caso. O coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, intermediou conversas com Barbosa para proteger Castor de Mattos, mesmo sabendo da confissão de culpa. As mensagens indicam que o corregedor disse a Dallagnol que iria suspender apurações e manter o caso em segredo", destaca a reportagem.
"O lobby foi bem-sucedido. Nenhum procedimento foi instaurado para apurar a conduta do procurador, que se afastou da operação logo depois da confissão apresentando um atestado médico".
Segundo a matéria, "como a confissão de Castor de Mattos foi abafada, o CNMP arquivou um pedido de investigação alegando que não havia indícios da participação de membros do MPF no aluguel do outdoor". "Também é papel do corregedor compartilhar informações com conselhos superiores, como é o caso do CNMP, que engloba também as procuradorias estaduais, militares e do trabalho do país".
Em conversas reservadas no Telegram obtidas pelo Intercept, o procurador Deltan Dallagnol e outros procuradores da força-tarefa recomendaram “sigilo total” aos colegas, para o caso não ganhar repercussão na imprensa. "Pelo menos três procuradores mencionaram a confissão de Castor de Mattos em áudios anexados às conversas", diz o site.
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