HOME > Brasil

Investigado, Jair Renan cadastrou e-mail de sua empresa como "brasileiropressor"

Filho de Bolsonaro, Jair Renan foi alvo nesta quinta-feira (24) de operação de busca e apreensão conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária, da PCDF

Jair Renan Bolsonaro (Foto: Reprodução)

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - Filho de Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan foi alvo nesta quinta-feira (24) de uma operação de busca e apreensão conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot/Decor), uma unidade da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). >>> Empresa de Jair Renan faturou R$ 4,5 milhões em contratos de mídia em apenas um ano

Mesmo ao cadastrar o e-mail para a empresa de mídia RB Eventos e Mídia Eirelli, que está sendo investigada pela PCDF, o influenciador digital e gamer não abandonou sua postura de extrema direita. O endereço de e-mail "brasileiropressor@gmail.com" foi criado em nome da empresa, que atualmente se encontra dissolvida.

A empresa operou entre novembro de 2020 e 10 de março de 2023, momento em que Jair Renan transferiu sua administração para Marcus Aurélio Rodrigues dos Santos. Foi apurado que essa transação se deu por meio de uma "doação", sem nenhum valor monetário envolvido no negócio. No mesmo mês, o "04" foi nomeado para um cargo no Senado Federal, no gabinete do ex-secretário de Pesca do governo de seu pai, o senador Jorge Seif (PL). >>> E-mail em poder da CPMI mostra que 'Renan' tinha autorização de Bolsonaro para "selecionar" e "levar" presentes da Presidência

A operação, intitulada Operação Nexum, executou quatro mandados de busca e apreensão e duas prisões preventivas em virtude de crimes relacionados à fé pública e associação criminosa, assim como prejuízos ao tesouro público do Distrito Federal. O principal foco dessa operação e suposto arquiteto do esquema é Maciel Carvalho, de 41 anos. Ele atuou como empresário de Jair Renan e acumula histórico de atividades criminosas incluindo falsificação de documentos, estelionato, formação de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, uso de documentos falsificados e posse ilegal de arma de fogo. Maciel foi detido na quinta-feira (24/8) em Águas Claras. 

Eduardo dos Santos, outro indivíduo com mandado de prisão emitido, já estava sendo procurado pela polícia por envolvimento em um caso de homicídio e permanece foragido. Apenas este ano, Maciel já havia sido alvo de duas operações da PCDF: a primeira, chamada de Operação Succedere, focou em crimes tributários praticados por uma organização especializada na emissão ilícita de notas fiscais. Outra ação, conhecida como Operação Falso Coach, liderada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Intelectual e as Fraudes (Corf), investigou a utilização de identificações falsas para o registro e comércio de armas de fogo, além de promoção de cursos e treinamentos de tiro por meio de uma empresa com uma figura de fachada. Maciel foi detido em flagrante por posse irregular de arma de fogo nesse contexto.

A recente investigação resultou de materiais apreendidos nas operações anteriores, as quais revelaram um esquema envolvendo fraudes, estelionato, falsificação de documentos, evasão fiscal e lavagem de dinheiro, visando, em última instância, proteger os ativos dos envolvidos. O inquérito identificou a existência de uma associação criminosa que utiliza a tática de inserir um terceiro, conhecido como "testa de ferro" ou "laranja", a fim de ocultar a real propriedade de empresas fictícias ou "fantasmas" usadas tanto pelo principal indivíduo sob investigação quanto por seus cúmplices. De acordo com as evidências apresentadas, o indivíduo central da investigação e um de seus cúmplices inventaram a identidade fictícia de Antônio Amâncio Alves Mandarrari, cujo nome foi utilizado para abrir uma conta bancária e para figurar como proprietário de entidades empresariais, atuando como uma figura de fachada. Os policiais também descobriram que os investigados falsificavam registros de faturamento e outros documentos das empresas em questão, utilizando dados de contadores sem a devida autorização, inserindo declarações fraudulentas com o intuito de distorcer a realidade em relação a aspectos juridicamente relevantes. Além disso, observou-se movimentações financeiras suspeitas entre os envolvidos, possivelmente incluindo transferências internacionais de fundos.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: