“Já passou da hora de discutir a descriminalização das drogas”
Tereza dos Santos, a dona Tereza, que apareceu recentemente em um vídeo pedindo legalização das drogas e que viralizou na internet, fala à TV 247 sobre o movimento #Desencarcera e a situação do encarceramento no país
Por Regina Zappa - Tereza dos Santos, a dona Tereza, que apareceu recentemente em um vídeo pedindo legalização das drogas para combater o genocídio de jovens negros nas favelas, falou à Estação Sabiá, da TV 247, sobre o movimento #Desencarcera, de Minas Gerais e a situação do encarceramento no país.
O vídeo de Tereza, que é presidente do Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade, viralizou e suas palavras se espalharam rapidamente pelas redes sociais.
“Eu levei um susto, mas acho que o vídeo serviu para colocar as pessoas para pensar. E por eu ser uma mulher negra, periférica, que estava falando essas coisas numa rua que nem calçamento tinha, ficou fácil para as pessoas entenderem. Assustei muito porque nunca tivemos essa entrada nas redes sociais”.
Há anos, Tereza, que mora em Contagem, Minas Gerais, é militante do movimento que busca esclarecer as famílias de presos, lutar por seus direitos e buscar trabalho para aqueles ex-presos que ganham a liberdade, muitas vezes depois de serem punidos por um delito menor. Ela acredita que a legalização das drogas pode mudar essa situação.
“As empresas do país se recusam a dar emprego a quem passa pelo cárcere. Então, eles acabam reincidindo no crime. A sociedade precisa mudar a forma de pensar, precisa amadurecer. Me sinto muito humilhada quando vou pedir emprego para esses meninos que saem do cárcere e me pedem para arrumar um trabalho para eles e escuto os empresários dizerem: ‘não tenho nem emprego para as pessoas de bem, o que dirá para ex-presos’. Mas quem fomenta o mercado das drogas é esse povo que se diz povo do bem. Mas quem compra pneu roubado?”, coloca.
“Precisamos começar a discutir mais fortemente a descriminalização das drogas para que nossos jovens possam continuar vivos. Já passou da hora de os nossos governos começarem a discutir e nosso judiciário caminhar para isso. Temos que acabar com esse genocídio da juventude negra, porque quando ela não morre aqui fora, ela morre no cárcere”, acrescenta Tereza.
A antropóloga Kátia Mello e a doutora em Direitos Humanos Gisele Ricobom também participaram da conversa.
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