“Judiciário brasileiro e o Ministério Público são um entrave à democracia”, diz autor de livro sobre a Lava Jato
‘Não há como pensar a democracia brasileira sem pensar o seguinte: é necessário reestruturar o Judiciário brasileiro, democratizá-lo’, disse à TV 247 o advogado Fernando Fernandes. Assista
247 - O cientista político e advogado Fernando Fernandes, que lançou recentemente o livro "Geopolítica da Intervenção — a verdadeira história da Lava Jato", disse à TV 247 que é preciso promover no Brasil a democratização do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Ele lembrou que tal poder foi o único a não participar da formulação da Constituição de 1988 e até hoje vive alheio à realidade da sociedade civil, com seus membros ganhando salários exorbitantes. Fernandes ressaltou que nem mesmo o acesso ao Judiciário é democratizado.
“O nascedouro da nossa democracia foi a Constituição de 1988, aquele momento da Constituição no qual se tem os índios, a sociedade, os trabalhadores, os negros, um momento maravilhoso, só que o seguinte: não participa desse momento o Judiciário. O Judiciário trabalhou junto também com uma estruturação do superpoder do Ministério Público para se manterem à parte da democratização. Com base nisso, nós criamos um superpoder (que) sequer respeitar a lei respeita. Nós temos um Judiciário cujo objetivo é o respeito à lei, mas sequer teto constitucional respeita, cria interpretações para viver deslocado da sociedade”.
“Não há como pensar a democracia brasileira sem pensar o seguinte: é necessário reestruturar o Judiciário brasileiro, democratizar o Judiciário brasileiro. O Judiciário brasileiro e o Ministério Público são um entrave à democracia. Não é uma crítica destrutiva, mas é para que sigamos o caminho da democracia”, completou.
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