Juiz de Curitiba torna Lula réu na Lava Jato e defesa aponta "mais um ato de perseguição"
Substituto de Sérgio Moro, o juiz Luiz Antonio Bonat recebeu denúncia do MPF contra o ex-presidente e mais quatro pessoas por lavagem dinheiro na Petrobras. "A mesma decisão desconsidera que Lula já foi definitivamente absolvido pela Justiça Federal de Brasília da absurda acusação de integrar de uma organização criminosa", aponta o advogado Cristiano Zanin Martins
247 - O ex-presidente Lula virou réu pela quarta vez pela Operação Lava Jato no Paraná. O juiz Luiz Antonio Bonat, substituto de Sérgio Moro, recebeu, nesta sexta-feira, 23, a denúncia do Ministério Público Federal contra o petista e mais quatro pessoas por suposta lavagem dinheiro na Petrobras.
Segundo o MPF, a denúncia trata de quatro doações feitas pela Odebrecht ao Instituto Lula, no valor de R$ 1 milhão cada. A força-tarefa afirma que os repasses tiveram como origem crimes praticados contra a Petrobras. No entanto, os repasses apontados pelos procuradores foram feitos formalmente por meio de doações legais.
O documento afirma que Lula era "comandante e principal beneficiário do esquema de corrupção que também favorecia as empreiteiras cartelizadas". O ex-ministro Antonio Palocci e Paulo Okamotto, do Instituto Lula, também são réus no processo.
Lula "teria dado aval para que importantes diretores da Petrobras fossem nomeados para atender aos interesses de arrecadação de propinas em favor dele próprio e de outros integrantes do PT, PP e PMDB, com o envolvimento de outros funcionários públicos de elevado status na administração pública", segundo o MPF.
Zanin: "Mais uma acusação sem base"
Em nota, o advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que a nova ação penal é mais um ato de perseuição contra Lula.
“A decisão proferida hoje pela “Lava Jato de Curitiba” é mais um ato de perseguição contra o ex-presidente Lula porque aceitou processar mais uma ação penal descabida, que tenta transformar doações lícitas e contabilizadas para o Instituto Lula – que não se confunde com a pessoa do ex-presidente – em atos ilícitos, durante o período eleitoral, em evidente prática de “lawfare”. A mesma decisão desconsidera que Lula já foi definitivamente absolvido pela Justiça Federal de Brasília da absurda acusação de integrar de uma organização criminosa, assim como desconsidera decisão do Supremo Tribunal Federal que retirou da Justiça Federal de Curitiba a competência para analisar o assunto. Por tais motivos, dentre outros, a decisão será impugnada pelos meios legalmente cabíveis”, disse Zanin.
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