TV 247 logo
    HOME > Brasil

    Juíza mantém Galo preso alegando que ele “não se arrependeu” do incêndio da estátua de Borba Gato

    Numa decisão considerada ilegal por diversos juristas, juíza decide manter Galo preso. Alegação é ele não ter manifestado arrependimento pelo incêndio da estátua de Borba Gato na zona sul de São Paulo

    (Foto: Reprodução/Twitter)
    Mauro Lopes avatar
    Conteúdo postado por:

    247 com Jornal GGN  - Falta de arrependimento diante do Judiciário. Foi esse o motivo que a juíza Gabriela Marques Bertoli, do Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, usou para decretar nesta sexta-feira (6) a prisão preventiva do entregador de aplicativo Paulo Roberto da Silva Lima, e não cumprir a decisão do STJ que mandara libertá-lo da prisão temporária que vigia até então. Com a decretação da prisão preventiva, o Judiciário paulista pode manter Galo como preso político pelo tempo que desejar.

    No despacho da juíza está explícita a alegação de que Galo “não se arrependeu” do incêndio da estátua de Borba Gato, na Zona Sul da capital -mesmo a informação de que ele não pretendia incendiar mais estátuas não foi suficiente para a juíza. O sistema de justiça paulista é composto por dezenas de descendentes dos Bandeirantes. 

    Em meio ao cenário, o advogado Fernando Hideo se manifestou sobre a arbitrariedade e explicou porque “toda prisão é política’’, em seu perfil em uma rede social. 

    A ação da Juíza ocorreu mesmo após o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ribeiro Dantas, ter revogado a prisão de Galo. Em sua sentença, Bertoli afirmou que tomou sua decisão com base na motivação política de Galo contra um símbolo bandeirante e, por consequência, opressor. 

     “Verifica-se, ainda, elevado risco de reiteração delitiva, considerando-se que o crime teria sido praticado por MOTIVAÇÃO POLÍTICA, a qual provavelmente permanece no âmago dos representados. Ora, em que pesem terem afirmado não pretenderem praticar novos atos, Danilo e Paulo afirmaram NÃO TEREM SE ARREPENDIDO da prática do ato (fls. 194 e 207), indicando que a motivação persiste. Nesse contexto, é possível que os agentes, convencidos de que a ação em apreço ainda não causou o objetivo almejado, realizem NOVO ATENTADO CONTRA OUTRO MONUMENTO DE FIGURA HISTÓRICA, de maiores proporções, a fim de instaurar, o que, no entendimento dos integrantes da associação criminosa, seria a discussão sobre figuras históricas ‘controversas’ e seu papel social”, diz a sentença. 

    Logo após a decisão, Hideo denunciou a “desnecessidade e a ilegalidade” da sentença, além do “arbítrio e a barbárie, na prisão preventiva de Galo e outros dois envolvidos no ato de protesto que envolveu a queima da estátua de Borba Gato”.

     “A decisão é ilegal, porque não estão presentes os requisitos da prisão preventiva. É ilegítima, porque usa o direito penal para perseguir pessoas e não para punir comportamentos. É abusiva, porque usa o fato de pessoas não terem se arrependido do ato para justificar a privação de sua liberdade. Mas é, sobretudo, tirânica porque visa impedir o debate político e intimidar a atuação de movimentos sociais”, escreveu o advogado. 

    Leia o longo post de Hideo sobre a decisão:

    Inscreva-se no canal de cortes do 247 e assista:

    ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: