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    “Justiça é condenar todos”

    Procurador-geral Roberto Gurgel, que engavetou caso Demóstenes Torres, diz que STF condenará todos os réus da Ação Penal 470, cujo julgamento começa nesta quinta, e disse ainda que avalia se pede ou não o impedimento do ministro Dias Toffoli; ele será o primeiro a falar

    “Justiça é condenar todos” (Foto: STF/Divulgação_Folhapress)
    Fernando Ogushi avatar
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    247 – Chegou o grande dia. Começa, nesta quinta-feira, o “julgamento do século”. E um dos protagonistas desse processo, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que fará a sustentação oral da peça de acusação e será o primeiro a falar, apontou suas baterias contra os réus. “O Supremo fará justiça. E na visão do Ministério Público, justiça é condenar todos”.

    Na sustentação oral, ele terá três grandes alvos: José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, José Genoíno, ex-presidente do PT, e Delúbio Soares, ex-presidente do partido. Os dois últimos, segundo ele, tinham uma relação de “submissão” em relação a Dirceu, que será apontado como o “chefe da quadrilha”, no “mais atrevido esquema de desvio de recursos públicos da história do País”.

    Na véspera, os réus receberam notícias ruins. O Tribunal de Contas da União abriu espaço para reconsiderar decisão que validava os contratos de publicidade do Banco do Brasil com as agências de Marcos Valério, admitindo um recurso apresentado pelo procurador Júlio Marcelo de Oliveira. De acordo com a ministra Ana Arraes, que teve seu voto acompanhado por outros ministros, os contratos são legais e legítimos.

    Ontem, o Ministério Público Federal também abriu uma ação por lavagem de dinheiro contra Delúbio Soares, que foi acusado de receber R$ 450 mil oriundos de atividades ilegais.

    A grande surpresa do primeiro dia poderá ser um pedido de impedimento do ministro Dias Toffoli, que já advogou para o PT, apresentado por Gurgel. "Eu definirei até o início do julgamento... mas já me manifesto que o importante é que o julgamento ocorra", disse ele ao participar de sessão no STF. Perguntado se a presença de Toffoli poderia causar constrangimento no julgamento, Gurgel afirmou que "este tipo de entendimento é que levará a pedir ou não, a arguir ou não o eventual impedimento ou suspensão do ministro".

     

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