Kassio Nunes, favorito ao STF, tem visão oposta à Lava Jato
O desembargador Kassio Nunes Marques, apontado por Jair Bolsonaro como possível indicação para compor o STF, tem perfil convervador, mas também visão oposta à Operação Lava Jato
247 - O desembargador Kássio Nunes Marques é tido como um juiz bem relacionado politicamente e conta com o aval do ministro Gilmar Mendes. Se ele for realmente nomeado para integrar o STF, deve reforçar na corte o movimento contrário à Operação Lava Jato.
Kássio é juiz do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) desde 2011 e chegou ao cargo nomeado pela ex-presidente Dilma Rousseff. Preencheu vaga reservada aos advogados —o quinto constitucional. Recebeu o apoio do então presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcus Vinícius Furtado Coelho, e do atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), à época chefe da OAB local. Após a indicação da ordem, foi o mais votado em lista tríplice.
Até então desconhecido no mundo jurídico de Brasília, ele chamou a atenção dos integrantes mais antigos do tribunal federal, que o elogiam por sua atuação como magistrado. Colegas dizem que ele tem coragem suficiente para enfrentar a Lava Jato, sem ceder à pressão da opinião pública, informa reportagem de Matheus Teixeira e Marcelo Rocha na Folha de S.Paulo.
Antes do TRF-1, Kássio atuou como juiz do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Piauí, de 2008 a 2011. Neste período, participou do julgamento que aprovou as contas eleitorais de Ciro Nogueira na campanha ao Senado em 2010.
Interlocutores dizem que Kássio é bom no trato pessoal e pertence à ala garantista do direito, que privilegia a presunção de inocência dos investigados e se opõe ao grupo punitivista, no qual se enquadra a atuação da Lava Jato.
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