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    Kataguiri usou verba parlamentar para contratar empresa suspeita de corrupção

    Deputado federal e líder do MBL, Kim Kataguiri, usou parte da cota parlamentar para contratar a Fipe, investigada por suspeitas de fraudar licitações em São Paulo

    Kim Kataguiri (Foto: Antonio Cruz/ABr)

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    247 - O deputado federal e líder do Movimento Brasil Livre (MBL),  Kim Kataguiri (União Brasil-SP), usou parte de sua cota parlamentar para contratar serviços de uma empresa suspeita de integrar um esquema de corrupção em São Paulo. Segundo a revista Veja, ”Kataguiri realizou um pagamento de 50.000 reais em espécie  para a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em outubro de 2020”. 

    Na nota fiscal emitida pela Fipe, o pagamento está relacionado a uma pesquisa conduzida pela entidade, a qual contribuiu para um projeto de lei sobre licenciamento ambiental  que teve o parlamentar como relator.

    Questionado sobre a escolha de pagamento em dinheiro, o deputado, por meio de sua assessoria de imprensa, alegou a insuficiência de limite bancário para o valor total da transferência. "O pagamento não foi entregue em espécie para a Fipe, mas sim em depósito bancário, como consta no recibo", disse a assessoria por meio de nota. 

    O episódio ocorreu a apenas doze dias da denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo contra lideranças do MBL, acusadas de favorecer a Fipe na obtenção de contratos com o governo paulista. Desde então, a promotoria investiga os possíveis vínculos entre o movimento e a entidade.

    “Segundo a promotoria, a Fipe passou a ter sucesso nos negócios com o governo paulista após o consultor Alessander Mônaco Ferreira, ligado ao MBL, ter assumido um cargo comissionado na Imprensa Oficial (Imesp). Os investigadores apontam que Ferreira chegou ao posto com ajuda do coordenador nacional do MBL, Renan dos Santos, acusado de tráfico de influência”, destaca a reportagem. 

    As acusações incluem a recepção de propina por Ferreira para beneficiar a empresa na Imesp, com depósitos estratificados em diversas transações de R$ 5 mil, visando "dissimular as origens e lavar valores." O consultor ligado ao MBL enfrenta acusações de fraude em licitação, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

    Em novembro de 2020, o juiz da 1ª Vara de Crimes Tributários, Thiago Baldani Gomes de Filippo, aceitou a denúncia contra Ferreira e a Fipe, rejeitando as acusações contra Renan dos Santos. O caso ainda tramita na Justiça paulista. O Ministério Público de São Paulo anunciou a intenção de encaminhar as informações atualizadas do caso à Procuradoria-Geral da República (PGR). 

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