Ladislau Dowbor: promessa de reformas de Bolsonaro é uma farsa
Economista e professor da PUC-SP, Ladislau Dowbor disse, em entrevista a TV 247, que não há outro caminho para dinamizar a economia do país que não o de gerar emprego e renda para a base da sociedade
William De Lucca, 247 - O economista Ladislau Dowbor, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), não acredita que as reformas propostas porJair Bolsonaro (PSL) e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, surtirão efeito na vida dos brasileiros. Para ele, sem estimular a economia pela base, você não consegue fazer o país crescer.
"As reformas são uma farsa. Acompanho a economia de muitos países, trabalhei muitos anos na ONU, acompanhando economias em crise, e não há outra saída além de estimular a economia pela base. Os empresários precisam ter mecado para vender e de crédito barato para investir. No Brasil, estamos quebrando a capacidade de compra da população, o que trava a economia, e taxas de juros para as empresas na faixa de 30% ao ano, enquanto na Europa eles não passam de 2%", analisou o economista, ao programa De Lucca Entrevista.
Dowbor ressalta que as influências externas em nossa economia são secundárias, já que as exportações brasileiras representam 10% do produto interno bruto (PIB), o que nos torna dependentes da dinamização do mercado interno.
"Foi isso que fizeram Lula e Dilma, no que o Banco Mundial chamou de Década Dourada. Você teve estímulo da base da sociedade, por diversos motivos, como os programas sociais, o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o aumento real do salário mínimo, e isso dinamizou o poder de compra das famílias, fez com que as empresas tivessem para quem vender. Como tinhamos uma subutilização da capacidade produtiva, isso não gerou inflação. Em resumo, o poder de compra ampliado gerou receita para o Estado, a atividade econômica ampliada gerou empregos e assim também gerou receita para o Estado. A conta fecha quando o Governo dinamiza o principal motor da economia", explicou Ladislau Dowbor.
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