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    Lira desafia Lula e afirma que ninguém pode acabar com o orçamento secreto (vídeo)

    "Tem que respeitar o Congresso Nacional", disse o presidente da Câmara, Arthur Lira, sobre a promessa de Lula

    Arthur Lira e Lula (Foto: Agencia Câmara | Stuckert)
    Aquiles Lins avatar
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    247 - O presdiente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que, se eleito, o ex-presidente Lula não poderá acabar com o orçamento secreto. 

    "Ele está dizendo que vai acabar. Nenhum presidente tem o poder de acabar. Tem que passar pelo Congresso. "Nós temos que respeitar o Congresso Nacional. O orçamento é bicameral, é do Senado e da Câmara dos Deputados, é fiscalizada pelas duas casas e tem sistema de controle", defendeu Lira. 

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    O ex-presidente Lula tem prometido acabar com o orçamento secreto bolsonarista, classificando-o como uma usurpação de poder, que transformou o presidente da República em um “bobo da corte”. 

    “Orçamento Secreto não é moeda de troca, isso e usurpação do poder. Acabou presidencialismo, Bolsonaro não manda nada, o Bolsonaro é refém do Congresso Nacional. O Bolsonaro sequer cuida do orçamento, o orçamento quem cuida é o Arthur Lira [Presidente da Câmara]. É ele quem libera as verbas, o ministro liga para ele, não liga para o Presidente”, afirmou Lula durante entrevista ao Jornal Nacional.

    Leia também perguntas e respostas do Brasil de Fato sobre o orçamento secreto:

    Quando e como o tema surgiu no noticiário?

    No início de maio o jornal Estado de S. Paulo teve acesso a documentos que revelam que o governo federal, através do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), disponibilizou R$ 3 bilhões num “orçamento paralelo” para deputados e senadores destinarem a ações em suas bases, apesar de isso não ser especificado na Lei Orçamentária.

    O que são as emendas do orçamento secreto?

    As emendas de relator são um dos quatro tipos de emendas existente. São elas: a individual, a de bancada, a de comissão e a da relatoria. A diferença da de relator para as outras é que ela é definida pelo deputado federal ou senador escolhido como relator-geral do Orçamento a cada ano, em negociações geralmente informais com os demais colegas.

    Qual a origem do dinheiro?

    O dinheiro do orçamento paralelo é fruto de um acordo entre governo e Congresso no começo de 2020. O valor total é de R$ 20,1 bilhões, e deste total, R$ 3 bilhões foram para o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).

    Por que é chamado de "secreto"?

    Embora o dinheiro do esquema esteja no Orçamento Geral da União de 2020, a destinação das verbas é feita de forma sigilosa – a partir de acordos políticos. Ao contrário das emendas individuais, não é possível saber quem indicou o quê.

    Qual o benefício disso para o governo Bolsonaro?

    A medida é uma forma de beneficiar alguns congressistas com “emendas extras” para aplicarem em suas bases. Eles escolhem ações em municípios com prefeitos aliados e, assim, podem garantir a reeleição desses deputados e senadores em 2022. Dessa forma, o governo negocia apoio em votações importantes no Congresso Nacional.

    O que dizem os políticos bolsonaristas?

    Na versão de congressistas que apoiam o presidente, o dinheiro envolvido no esquema seria de emendas parlamentares regulares, como as que são distribuídas todos os anos. Não é verdade: embora tenha origem na Lei Orçamentária, o dinheiro do orçamento secreto foi distribuído de forma desigual entre os congressistas, conforme a vontade política do governo. Não há transparência, como ocorre com as emendas parlamentares, sobre os acordos para divisão das verbas.

    O que isso tem a ver com PEC dos Precatórios?

    Às vésperas da votação do primeiro turno da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios, o governo Jair Bolsonaro liberou R$ 909,7 milhões em emendas de interesse dos deputados federais em apenas dois dias, a partir das emendas de relator. Os recursos foram empenhados pelo governo nos dias 28 e 29 de outubro, segundo levantamento da ONG Contas Abertas.

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