Lula: a agricultura é um valor para o Brasil
Em entrevista ao Canal Rural, ex-presidente destacou a revolução tecnológica e na engenharia genética no agronegócio e lembrou os investimentos feitos em seu governo
Lula - Em entrevista ao Canal Rural, na noite desta quarta-feira (21/09), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância do agronegócio para o crescimento da economia e o desenvolvimento do Brasil. Lula afirmou que o país tem um potencial enorme de crescimento, com uma agricultura forte e diversificada.
“O Brasil é um país sui generis porque tem um potencial enorme de crescimento, sobretudo na agricultura. O que o Brasil conseguiu fazer nos últimos 30 anos na agricultura é uma revolução. É uma revolução tecnológica, é uma revolução na engenharia genética, é uma revolução na capacidade produtiva”, disse.
Legado
Lula lembrou que, no período em que esteve no governo, rodou o mundo para vender os produtos brasileiros no mercado mundial. O ex-presidente defende que o país tem que se abrir mais para parceiros na Europa, na China, na América do Sul, no Oriente Médio e no continente africano. No período em que foi presidente, lembrou, o fluxo de comércio exterior passou de R$ 100 bilhões para mais de R$ 480 bilhões.
O ex-presidente mencionou outras iniciativas importantes das gestões petistas que beneficiaram o setor e fizeram daqueles anos um período extraordinário para o campo. Uma delas foi a criação do programa Mais Alimentos, criado em 2008, que financiou a compra de máquinas e implementos agrícolas, a juros baixos, num período em que o mundo vivia a crise de 2008. “Só a Indústria de trator vendeu 80 mil tratores. Por quê? Porque nós temos consciência da importância da agricultura no Brasil”.
Ele citou também a criação da Medida Provisória 432, que permitiu a securitização de dívidas que se arrastavam desde 1985. “Se a gente não tivesse feito aquela Medida Provisória e colocado 75 bilhões de reais, o setor tinha quebrado”, afirmou.
Lula destacou a importância de o Brasil investir na produção de fertilizantes para não ficar dependente de fornecimento externo e lamentou o fato de as fábricas que começaram a ser construídas em Três Lagoas (MS) e Uberaba (MG), para produção de Ureia e de Amônia.
“Um país que tem o potencial de produção agrícola que tem o Brasil não pode ficar dependente nem da Ucrânia nem de outro país na produção e fertilizantes. Nós temos que começar a produzir aqui dentro”, afirmou.
Sustentabilidade
O ex-presidente voltou a defender a produção agrícola sustentável, com respeito ao meio ambiente e sem invadir os biomas que não podem ser invadidos. Lula destacou que o Brasil tem 30 milhões de hectares degradados que podem ser recuperados e reutilizados, sem necessidade de novos desmatamentos.
“Se o Brasil quiser fazer uma agricultura desrespeitando qualquer regra internacional, o Brasil se prejudica. Por isso que os empresários brasileiros precisam ter bastante juízo e discutir que tipo de agricultura a gente quer. Se a gente quer uma agricultura de baixo carbono. Se a gente quer preservar os nossos biomas ou se a gente quer destruir”, disse.
Acordo com União Europeia será concluído nos primeiros seis meses, diz Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (21/09) que, se ganhar as eleições, nos primeiros seis meses, vai fechar com a União Europeia, o acordo comercial discutido desde os tempos em que ele esteve na Presidência da República, mas ainda sem conclusão. Em entrevista ao Canal Rural, Lula disse querer construir um acordo que leve em conta a necessidade de o Brasil se industrializar e a partir do ponto de vista de soberania do país.
“Eu posso lhe garantir uma coisa: se ganhar as eleições, eu vou tomar posse e, nos primeiros seis meses, nós vamos concluir o acordo com a União Europeia. Um acordo que leve em consideração a necessidade de o Brasil voltar a se industrializar”, disse, pontuando que o Brasil não pode, por exemplo, abrir as compras governamentais para fornecedores externos para não prejudicar os empreendedores domésticos, pequenas e médias empresas.
Se abrir para o mundo
Lula contou que, enquanto presidente participou de muitas reuniões na OMC (Organização Mundial do Comércio), junto com o ministro Celso Amorim, e que chegou perto de concluir um acordo, o que não aconteceu por contingência de outros atores envolvidos.
“Da parte do Brasil estamos dispostos a vender. Temos produtos competitivos, sobretudo na agricultura. Se depender de mim, a gente vai vender tudo o que a gente produzir lá fora e não vai ceder às exigências. Vamos negociar com eles para que a gente não perca também”, afirmou.
Lula falou que o Brasil precisa se abrir para o mundo e contou que, enquanto presidente, rodou o mundo, levando empresários junto, para vender as coisas produzidas no Brasil. Ele contou que o fluxo de comércio exterior, no período, saltou de algo em torno de R$ 100 bilhões para mais de R$ 480 bilhões.
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