Lula afirma que "Bolsonaro terá de aceitar o resultado das urnas. Simples assim!"
"Depois da eleição o vencedor governa, quem perdeu se prepara para a próxima", disse o ex-presidente, que também afirmou: "o Brasil não aguenta mais quatro anos de Bolsonaro"
247 - O ex-presidente Lula (PT), em entrevista à revista IstoÉ, afirmou que Jair Bolsonaro (PL) terá que aceitar o resultado das urnas: "simples assim!". Segundo pesquisas eleitorais, Lula é o favorito para vencer a corrida presidencial e retornar ao Palácio do Planalto.
"Depois da eleição o vencedor governa, quem perdeu se prepara para a próxima. É assim", disse o petista.
Roberto Jefferson
Lula comentou o episódio do ex-deputado bolsonarista Roberto Jefferson, que resistiu à prisão no último domingo (23) atirando contra policiais federais. Para ele, o caso mostra "o grau de insanidade que o país alcançou com Bolsonaro. Um sujeito, aliado de Bolsonaro, incentivado por declarações dele, que também disse que resistiria à prisão com tiros, que arremessa granadas e atira com fuzil contra policiais federais, é de uma gravidade sem tamanho".
O ex-presidente ainda destacou a tentativa de Bolsonaro de se descolar da imagem de Jefferson. "A primeira reação de Bolsonaro inclui justificar as ações desse cidadão com mentiras. E ele tem a cara de pau de dizer que não tem fotos dele com Roberto Jefferson, seu aliado até ontem, inclusive na dobradinha do padre Kelmon no debate. Como ele pode mentir de forma tão descarada? Há dezenas de fotos e vídeos dos dois juntos, de juras de amor de Jefferson para Bolsonaro".
Economia
Perguntado se dará um fim ao teto de gastos em um eventual novo governo, Lula foi direto: "ele já acabou".
"O governo Bolsonaro nunca respeitou o teto de gastos. Eu acho a responsabilidade fiscal importante. Eu pratiquei a responsabilidade fiscal nos meus governos, reduzimos a relação dívida e PIB e promovemos o crescimento, E fiz tudo isso porque sou responsável, coisa que aprendi de pequeno, com minha mãe. Não é um teto que gera responsabilidade. A pandemia foi um exemplo de como o teto de gastos não funciona. O País tem necessidades sociais urgentes, precisa investir para construir ativos e se desenvolver. Teremos que cuidar de tudo isso ao mesmo tempo, sem loucura. Buscando investimentos produtivos no exterior, conversando com governadores e prefeitos", explicou.
Questionado sobre a criação de uma nova âncora fiscal, Lula declarou: "eu pretendo governar com responsabilidade sobre as contas públicas, diante da situação que o governo Bolsonaro vai entregar, que será, tanto do ponto de vista social, quanto econômico, pior do que a que eu peguei em 2003. O que o Brasil ainda tem, diferente daquela época, são as reservas de mais de US$ 300 bilhões deixadas pelos governos do PT. Isso nos dá alguma estabilidade e segurança. E hoje eu sou mais experiente. Sei que terei que trabalhar muito, e conversar muito com a sociedade para o país voltar a crescer de verdade, acima da média mundial. Você pode ver pelos meus governos que melhoramos todos os indicadores de contas públicas".
Ainda que provocado, o ex-presidente novamente disse que não escolhe ministros, inclusive o da Fazenda, antes de ser eleito. "Eu não defino equipe antes de ganhar eleição. Uma coisa que eu sei que o Brasil não aguenta são mais quatro anos de Bolsonaro e Paulo Guedes".
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