Lula discursa pelos 100 dias de governo e diz que o “Brasil voltou” e que “otimismo não é exagerado”
"Agradeçam às pessoas que acham que o Brasil não vai bem, porque elas estão dizendo exatamente aquilo que a gente não deve fazer", afirmou o presidente Lula
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (10), durante discurso em alusão ao seus primeiros 100 dias à frente do Executivo Federal, que “o Brasil voltou” e que o otimismo de que o país voltará a crescer com responsabilidade fiscal e compromisso social “não é exagerado”.
"Não tenho hábito de falar de 100 dias de governo, acho que nunca falei nos outros mandatos. Mas é importante lembrar que da outra vez recebi o governo de um presidente democrata, um companheiro que tinha uma história de luta pela democracia, pelos direitos humanos, tinha uma marca de civilidade que este que eu estou substituindo agora não tem”, disse Lula no pronunciamento em referência ao seu primeiro mandato, quando recebeu o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e a Jair Bolsonaro (PL), que perdeu a eleição presidencial do ano passado.
“Meu otimismo não é exagerado. Se não acredito em uma coisa, não faço. Digo sempre que a gente tem que levantar todo santo dia, mesmo quando estiver mal humorado, precisamos ter consciência de que a gente quando assume a responsabilidade de governar a gente não pode acordar pessimista nunca, pensando nas dificuldades, nas impossibilidades. Temos que acordar todo santo dia com a consciência e com a certeza de que a nossa posição positiva e de confiança que vai fazer a sociedade ter confiança.
No discurso, Lula ressaltou a importância da união na defesa da democracia, como nos dias que se sucederam aos atos terroristas do 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
“A sociedade brasileira viu, depois de muito tempo, as instituições se juntarem para defender a democracia. Não sei em qual momento histórico tinha acontecido aquele gesto de que o Palácio do Planalto, o Congresso e a Suprema Corte se reuniram para defender as instituições brasileiras e a democracia. Foi um gesto que vai marcar nosso mandato, porque não foi um gesto qualquer. Aquilo foi uma tentativa de golpe, feita com a maior desfaçatez por um grupo de reacionários, de fascistas, por um grupo de extrema direita que não queria deixar o poder, que não queria acatar o resultado eleitoral”, destacou.
“Devo a vocês e ao povo a volta da democracia. Todo mundo que tinha lutado contra o regime militar, que tinha lutado pelas Diretas sabe o quanto foi difícil a gente ganhar as diretas. E agora sabemos o que foi o período de 2018 a 2022, sabemos o que esse país passou, as ofensas que a democracia sofreu”, completou.
Lula disse, ainda, que as críticas construtivas ao governo são necessárias. “Muitas vezes a imprensa - exigente como sempre - nos cobra, e dessa vez mais maduros que somos, experientes, a gente tem muito mais capacidade do que as pessoas que vêm pela primeira vez”, observou. “Agradeçam às pessoas que acham que o Brasil não vai bem, que criticam a gente, porque eles estão dizendo exatamente aquilo que a gente não deve fazer. Eles estão dizendo ‘façam outra coisa’”, ressaltou.
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