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    Lula diz que não há pressa para fechar acordo comercial entre Mercosul e UE

    "O que nós queremos é sentar com União Europeia e discutir, em função das necessidades da União Europeia e das necessidades nossas", disse Lula em coletiva com imprensa estrangeira

    Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: REUTERS/Carla Carniel)

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    SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta segunda-feira, em coletiva com a imprensa estrangeira, que não deve haver pressa para se fechar um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia e disse que o Brasil não pode abrir mão nas negociações de seu interesse de se reindustrializar.

    O petista, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro, também disse na entrevista, realizada em São Paulo, que os europeus já o conhecem e que, se eleito, pretende negociar de forma firme, mas com respeito aos interesses da UE.

    "Eu tenho muita vontade, voltando à Presidência da República, de estabelecer o acordo América do Sul-União Europeia. Nós já chegamos quase perto, já quase fizemos o acordo, por pouco não foi feito o acordo. E não precisa ter pressa de fazer o acordo, o que nós precisamos é ajustar as bases daquilo que é importante para a Europa, mas levando em conta aquilo que é importante para os países da América do Sul", disse.

    "O que nós queremos é sentar com a União Europeia e discutir, em função das necessidades da União Europeia e das necessidades nossas, os direitos que cada um tem. O que nós queremos na nossa discussão com a Europa é não abrir mão do nosso interesse de nos reindustriliziarmos", acrescentou.

    Neste mês, representantes da União Europeia buscaram o governo brasileiro, por meio do Itamaraty e do Ministério da Economia, com o objetivo de avançar nas negociações sobre o acordo com o Mercosul, após longo período de tratativas paralisadas, informaram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.

    Desde 2021 a União Europeia vinha falando em enviar uma proposta de carta complementar ao acordo com demandas na área ambiental, em meio ao aumento nos índices de desmatamento na Amazônia que tornaram o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, alvo de críticas contundentes no exterior. Essa proposta, no entanto, nunca chegou a ser efetivamente enviada.

    Recentemente, integrantes do governo tiveram uma conversa preliminar com emissários do bloco e uma nova reunião está prevista para ocorrer até o fim de setembro para traçar um cronograma de encontros, disse uma das fontes, que é do governo e falou sob condição de anonimato porque os debates são privados.

    O eventual pacto entre os blocos sul-americano e europeu tem ganhado força na campanha eleitoral deste ano, com Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmando em declarações recentes que um acordo com a UE pode ser firmado até o final deste ano, enquanto as sinalizações vindas de Lula e da campanha petista têm sido no sentido de defender a necessidade de negociar mais os termos de um possível pacto.

    Em julho, o ex-ministro das Relações Exteriores no governo Lula Celso Amorim, atualmente um dos conselheiros do ex-presidente, disse à Reuters que o petista é a favor da reabertura das negociações do acordo comercial da União Europeia com o Mercosul para adicionar cláusulas sobre proteção ambiental, direitos humanos e tecnologia.

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