Lula não adere a declaração de 55 países contra Nicarágua
Itamaraty defendeu no Conselho de Direitos Humanos da ONU uma linguagem que desse espaço para o diálogo, mas a proposta não foi aceita e o Brasil optou por não aderir ao texto
247 - O governo brasileiro não aderiu a uma declaração conjunta contra a Nicarágua durante uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU na sexta-feira.
De acordo com reportagem de Jamil Chade, do UOL, o Itamaraty está acompanhando a situação de perto e chegou a fazer parte da negociação do texto final.
"O governo sugeriu uma nova linguagem que mantivesse espaço para um diálogo. Mas a proposta não foi aceita e o país optou por não aderir ao texto, considerado como inadequado", destacou Chade.
Na lista da declaração conjunta estavam os EUA, Austrália, Canadá, Alemanha e França.
Ainda de acordo com a reportagem, há uma expectativa de que o governo brasileiro emita sua posição nesta segunda-feira, quando a ONU examinará os resultados da primeira investigação independente realizada pela instituição.
A estratégia dos países signatários do documento, encabeçado pelos EUA, é tentar impor sanções às instituições ou indivíduos da Nicarágua por supostos abusos.
"Os supostos abusos - que incluem execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, tortura, privação arbitrária da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país - não são um fenômeno isolado, mas o produto do desmantelamento deliberado das instituições democráticas e da destruição do espaço cívico e democrático", diz um trecho do relatório.
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