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    Lula não precisa mais crescer nas pesquisas e Auxílio Brasil não ajudou Bolsonaro, afirma Lavareda

    Cientista político lembra que "nem FHC, único presidente eleito duas vezes no 1º turno, chegou aos 40%" do eleitorado total quando venceu em 1994 e 1998

    Antonio Lavareda e Lula (Foto: Divulgação | Ricardo Stuckert)

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    247 - O cientista político Antonio Lavareda, especialista em eleições, disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aparece com 44% da preferência do eleitorado na pesquisa Ipespe divulgada nesta quinta-feira (27), deve adotar uma estratégia “de se manter o mais próximo possível das suas intenções de voto atuais do que fazê-las crescer”. 

    “Se a eleição fosse agora e ele tivesse, de fato, nas urnas esses 44%, o equivalente a mais de 65 milhões de votos - lembremos que é sobre o eleitorado total - isso representaria sete pontos percentuais acima do que obteve no primeiro turno em 2006 (37,1%) e quase 10 pontos sobre a performance de 2002 (34,2%). Para termos uma noção do quanto é superlativa essa hipotética votação baseada nas pesquisas, é bom assinalar que nem FHC, único presidente eleito duas vezes no primeiro turno, chegou sequer a 40% do eleitorado total. Foram 36,3% em 1994, e 33,9% em 1998”, analisa Lavareda.  

    Lavareda destaca que nem o pagamento do Auxílio Brasil pelo governo Bolsonaro teve capacidade para alterar o atual cenário eleitoral ou melhorar a percepção em relação à crise econômica.  “Somam 17,5 milhões as famílias contempladas pelo Auxílio Brasil iniciado em dezembro, cujo efeito, como é sabido, se espraia nas localidades onde residem seus beneficiários. Porém, ainda sem consequências visíveis na opinião pública”, afirma.

    O cientista político ressalta que Jair Bolsonaro, que na pesquisa Ipespe registra 24% das intenções de voto, precisará se esforçar para recuperar o eleitorado perdido durante o seu mandato. “Votaram nele, em 2018, 34%, arredondados, sobre o total do eleitorado no primeiro turno e hoje ele marca 10 pontos menos. Retomar o máximo possível desse contingente é o seu desafio”, observa. A queda corresponde a cerca de 15 milhões de votos.

    > > > Inviabilidade de Moro faz Ipespe testar cenário eleitoral sem ele pela segunda vez

    Para ele, a novidade no plano eleitoral é o empate entre o ex-juiz Sergio Moro (Podemos,)declarado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) parcial e suspeito nos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) , ambos com 8%.Lavareda avalia que a expectativa de Moro agora está “em conseguir ampliar o tempo de TV e outros recursos do União Brasil e na possibilidade de que o receio da consolidação de Lula produza uma maior vocalização do tema ‘corrupção’ na grande mídia, e isso seja mimetizado no repertório das outras candidaturas”.

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