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Mãe de gêmeas mortas em oito dias é investigada por envenenamento; médicos relatam ausência de afeto

A Polícia Civil de Igrejinha, no Rio Grande do Sul, investiga a morte das irmãs gêmeas Antônia e Manoela Pereira

(Foto: Reprodução)

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247 - A Polícia Civil de Igrejinha, no Rio Grande do Sul, investiga a morte das irmãs gêmeas Antônia e Manoela Pereira, de 6 anos, ocorrida em um intervalo de oito dias. As meninas morreram após sofrerem parada cardiorrespiratória, e a mãe, Gisele Beatriz Dias, foi presa temporariamente sob suspeita de envolvimento. A informação é do jornal O Globo.

De acordo com o delegado Cleber Lima, responsável pelo caso, a principal linha de investigação sugere que as gêmeas possam ter sido vítimas de envenenamento ou intoxicação medicamentosa. “Exames laboratoriais estão sendo realizados para constatar a presença ou não de substâncias medicamentosas ou veneno no organismo das vítimas. O material genético já havia sido coletado em Manoela porque a polícia já tratava a morte como suspeita”, explicou o delegado.

Problemas psicológicos e comportamento suspeito

Conforme relatos de médicos ouvidos pela polícia, Gisele demonstrava sinais de problemas psicológicos e não aparentava afeto pelas filhas. Outros profissionais que acompanharam a mulher também relataram problemas psiquiátricos. “O pai disse que a mãe tem depressão e apresenta ideação suicida porque o filho mais velho havia sido morto, há cerca de dois anos. Estamos ouvindo todo o núcleo familiar das vítimas, assim como os médicos que atenderam a mãe e as gêmeas para entender o que de fato ocorreu”, destacou Cleber Lima.

Em depoimento, Gisele negou qualquer responsabilidade sobre as mortes das filhas, afirmando que “sempre fez de tudo para cuidar e amar as filhas”. Até o momento, ela não possui representação legal no processo.

Socorro e circunstâncias das mortes

As mortes das irmãs ocorreram em situações semelhantes. No dia 7 de outubro, Manoela sofreu parada cardiorrespiratória e, segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, Graciano Ronnau, o pai das meninas acionou socorro, mas levou a criança por conta própria ao hospital, onde ela já chegou sem vida. Oito dias depois, no dia 15, Antônia foi encontrada pela equipe de resgate também em parada cardiorrespiratória e, apesar dos esforços, não resistiu.

“Quando a guarnição chegou ao local da primeira ocorrência, Manoela já tinha sido removida pelo pai. No caso da segunda menina, foi prestado socorro e o óbito foi semelhante ao da irmã”, relatou Ronnau.

Investigação e ausência de denúncias de maus-tratos

O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Igrejinha afirmou que não havia denúncias de maus-tratos envolvendo as gêmeas. Mesmo assim, ressaltou que irá apurar se houve falhas na atuação do conselho tutelar ou na rede de proteção que acompanha casos de crianças na região. “Vamos averiguar se houve, por parte do conselho tutelar, a violação do dever legal de proteger as infantes, nos termos da lei, pois não toleramos qualquer violação de direitos”, afirmou o órgão em nota oficial.

O Ministério Público também acompanha o caso, buscando esclarecer as circunstâncias das mortes e se houve omissão ou negligência na proteção das meninas.

Próximos passos da investigação

A polícia continua coletando depoimentos e aguardando os resultados dos exames laboratoriais que podem confirmar a presença de substâncias tóxicas nos corpos de Antônia e Manoela. A hipótese de que Gisele tenha tido um “surto psicótico” e atentado contra a vida das filhas é considerada, segundo o delegado.

Enquanto isso, o pai das meninas, que residia com elas e Gisele no loteamento Jasmim, no bairro Morada Verde, não é investigado como suspeito.

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