Maia declara voto em Lula em caso de 2º turno contra Bolsonaro
Ex-presidente da Câmara, ele ainda comparou Moro a Bolsonaro, afirmando à TV 247 que ambos "representam uma agenda e um Estado autoritário"
247 - Ex-presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Rodrigo Maia (sem partido-RJ) afirmou à TV 247 na manhã desta quinta-feira (6) que votará no ex-presidente Lula (PT) "com o maior prazer" em um eventual segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de 2022.
Para ele, é preciso "estarmos juntos" contra os que "representam uma agenda e um Estado autoritário", ou seja, Bolsonaro e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos processos contra Lula na Lava Jato.
Maia destacou que trabalhará para tirar Bolsonaro do segundo turno e levar à segunda etapa do pleito algum candidato de direita, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Reconhecendo, no entanto, que a tarefa é difícil, admitiu votar em qualquer nome do campo democrático. "Tenho dito a todos que nós temos que, claro, em um primeiro momento tentar viabilizar as nossas ideias, do nosso campo, mas eu não tenho dúvida nenhuma: nós todos teremos que estar juntos. PSDB, União Brasil, MDB, PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL, todos estamos no campo democrático e devemos estar juntos. Nós tínhamos que trabalhar para tirá-lo [Bolsonaro] do segundo turno, seria a grande vitória da democracia o presidente Lula de um lado e o Ciro Gomes ou Doria do outro, ou Rodrigo Pacheco, Mandetta, qualquer um deles. Mas o grande objetivo é garantir a força do campo democrático, se possível com dois nomes no segundo turno".
"Espero que o meu campo consiga ter um bom projeto de país, consiga chegar ao coração dos brasileiros, mas eu tenho o maior prazer de votar no Ciro Gomes, de votar no presidente Lula, de votar no Rodrigo Pacheco no primeiro ou no segundo turno. Eu espero que o Doria, o PSDB, consiga chegar nisso. Mas não chegando, tenho o maior prazer de no segundo turno votar nas opções do campo democrático. Todos esses nomes têm experiência já comprovada. O presidente Lula fez um primeiro grande governo, o segundo eu já sou crítico, mas é um democrata, passou o que passou. Ciro Gomes no Ceará é uma referência de gestão pública para todos nós. Rodrigo Pacheco é um jovem, presidente do Senado, de muito talento. Não tenho nenhum problema. Farei campanha, com os poucos votos que tenho, para qualquer um que vá ao segundo turno contra aqueles que representam uma agenda e um Estado autoritário", declarou.
Ao tratar de Moro, Maia o comparou a Bolsonaro e fez duras críticas ao ex-juiz. "O Moro é o Bolsonaro de 2022. Não quero tratar nem do autoritarismo dele, da usurpação do Estado contra a política, as instituções, do Intercept, não quero tratar nem da organização criminosa que o Moro fez parte e da milícia que ele comandou de ocupação do Estado brasileiro. Da mesma forma [que Bolsonaro] ele não tem experiência, não conhece o Brasil, não conhece a pobreza, não conhece os problemas".
O parlamentar ainda contou ter feito uma declaração ao jornal O Globo, que omitiu a informação, sobre a reforma trabalhista, admitindo poder ter errado na aprovação do tema enquanto presidente da Câmara. "Eu disse ontem para o Globo, não saiu. Eu disse: 'eu quero discutir a reforma trabalhista, eu posso ter errado'. Na vida a gente acerta e erra. A gente pode mudar de opinião. Eu tinha uma posição contra sindicatos. Ao longo da minha presidência [na Câmara dos Deputados], depois que a gente votou a matéria, eu me dei conta que foi um erro ter sido tão radical".
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