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    'Mais de 30 países desejam integrar o BRICS', diz Mauro Vieira

    "Há cerca de 35 outros países de diversas regiões do mundo que já manifestaram o interesse em aderir ao BRICS no futuro", disse o chanceler brasileiro

    Chanceler Mauro Vieira (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)

    247 - O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, revelou nesta segunda-feira (14) que mais de 30 países de diversas regiões do mundo estão interessados em se juntar ao BRICS. A declaração ocorreu durante a abertura do evento "Brazil Africa Forum 2024", realizado em São Paulo. O chanceler enfatizou que a inclusão da Etiópia e do Egito ao BRICS, que já contava com a África do Sul, é crucial para garantir a representatividade do continente africano. 

    “Inicialmente, eram cinco, agora são 10. Representam um número variado de países em regiões diferentes do globo que atraem a atenção de muitos outros. Há cerca de 35, entre 33 e 35, outros países de diversas regiões do mundo que já manifestaram o interesse em aderir ao BRICS no futuro", afirmou Vieira, de acordo com a Sputnik Brasil.

    Durante seu discurso, Vieira também destacou a crescente importância das relações entre Brasil e África, principalmente no que tange a investimentos em infraestrutura. Ele ressaltou que, desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o continente tem sido uma prioridade nas políticas externas, com visitas do presidente a nações como Angola, África do Sul, Cabo Verde e Egito.

    Embora o Brasil ainda não tenha atingido todo o seu potencial econômico na região, o chanceler destacou a vantagem da confiança mútua, fundamentada em laços históricos e culturais, especialmente considerando que o Brasil abriga a maior população afrodescendente fora da África.

    Além disso, Vieira abordou o papel crescente do Brasil no G20, onde o país preside o grupo este ano. Ele mencionou a liderança do Brasil em temas como a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento, visando torná-los mais eficientes para apoiar países em desenvolvimento. Um marco significativo da gestão foi a inclusão da União Africana no G20, fortalecendo o papel da África nas discussões globais.

    O chanceler também se referiu à visão de neoindustrialização e reindustrialização brasileira, promovidas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que visam abrir oportunidades para parcerias estratégicas com países africanos. "O oceano Atlântico não nos separa, pelo contrário, funciona como um rio que nos une", afirmou.

    Em relação à segurança regional, Vieira mencionou a importância das Zonas de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS), um mecanismo criado em 1986 para promover a cooperação e a segurança entre os 24 países que compartilham as margens do Atlântico Sul.

    O governo brasileiro tem concentrado esforços em proteger seus cidadãos em áreas de conflito, como demonstrado na repatriação de brasileiros do Líbano, onde cerca de 3 mil pessoas já manifestaram interesse em retornar. As operações de repatriação, apoiadas pela Força Aérea Brasileira, estão em andamento há meses. "Não é a primeira vez que [o Itamaraty] organiza missões de repatriação como essa", lembrou ele, citando operações anteriores em regiões como Gaza e Jordânia.

    Vieira enfatizou a necessidade de uma trégua e negociações pacíficas na região, reafirmando a posição tradicional do Brasil em promover entendimentos e soluções pacíficas para conflitos. O ministro reiterou ainda o apoio do Brasil a discussões no Conselho de Segurança da ONU sobre a questão palestina e a situação no Líbano.

    Ao ser questionado sobre as discussões internas do BRICS, especialmente em relação à ampliação do bloco e à reforma do Conselho de Segurança da ONU, Vieira explicou que não houve decisões definitivas na última reunião ministerial em Nova Iorque, que foi preparatória para a cúpula de chefes de Estado agendada para a próxima semana.

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