Mandetta denuncia: Bolsonaro quis alterar a bula da cloroquina
"Me pediram para entrar numa sala e estavam lá um médico anestesista e uma médica imunologista. [...] E a ideia que eles tinham era de alterar a bula do medicamento na Anvisa, colocando na bula indicação para Covid”, afirmou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta
247 - O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que Jair Bolsonaro tentou obrigá-lo a mudar a bula da cloroquina para o medicamento ser indicado ao tratamento de pacientes diagnosticados com coronavírus, mesmo sem comprovação científica.
"Me pediram para entrar numa sala e estavam lá um médico anestesista e uma médica imunologista. [...] E a ideia que eles tinham era de alterar a bula do medicamento na Anvisa, colocando na bula indicação para Covid”, afirmou Mandetta.
A cloroquina ganhou destaque no noticiário nacional, após ser defendida por Bolsonaro. A Apsen é a empresa farmacêutica responsável pela produção do remédio composto por hidroxicloroquina tem como dono um eleitor bolsonarista, o empresário Renato Spallicci.
A denúncia de Mandetta aumenta ainda mais a pressão em cima de Bolsonaro. Ele já descumpriu recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao comparecer a manifestações de rua, enquanto a entidade pede que as pessoas evitem aglomerações para diminuir a propagação do coronavírus.
Na tentativa de atender ao lobby empresarial, Bolsonaro também pediu a reabertura de algumas atividades econômicas. Já Mandetta deixou o cargo por discordâncias sobre o gerenciamento da crise da Covid-19. Diferentemente do seu ex-chefe, o ex-ministro defendia o isolamento social como uma das principais medidas de combate à doença.
De acordo com a plataforma Worldometers, que disponibiliza o ranking mundial dos casos da Covid-19, o Brasil ocupa a terceira posição, com 293 mil confirmações, atrás dos Estados Unidos (1,5 milhão) e da Rússia (317 mil). Os brasileiros também ficam em sexto lugar no ranking de mortes provocadas pela doença (18,8 mil).
Em nível global são pelo menos 5,1 milhões de infectados e 330 mil mortos pela doença.
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